O Brasil já registrou gastos primários de R$ 4,5 trilhões em 2025, considerando União, Estados, municípios e Distrito Federal, segundo dados da plataforma Gasto Brasil, iniciativa da CACB em parceria com a Associação Comercial de São Paulo. O crescimento acelerado das despesas voltou ao centro do debate econômico, evidenciando desafios para a sustentabilidade fiscal e o ambiente de investimentos.
A expansão contínua das despesas coloca o cenário fiscal em risco, considerado insustentável no médio e longo prazo. A análise aponta a necessidade de um novo pacto fiscal envolvendo os três níveis de governo e os poderes da República.
A plataforma indica que a Previdência Social já consumiu R$ 1,2 trilhão neste ano. As despesas obrigatórias, incluindo benefícios sociais e verbas vinculadas à saúde e educação, crescem de forma automática e muitas vezes não acompanham a evolução da arrecadação.
O aumento do gasto público e da carga tributária impacta diretamente o setor produtivo, pressionando empresas e a criação de empregos. A falta de eficiência no uso do dinheiro público intensifica a necessidade de arrecadação e aumenta o ônus tributário, afetando a manutenção de negócios e a expansão de setores estratégicos.
Além disso, o cenário dificulta a contratação de mão de obra qualificada, criando obstáculos ao crescimento de diversas áreas da economia. O descontrole das despesas também compromete a confiança dos investidores, que buscam previsibilidade, estabilidade institucional e regras claras para direcionar seus recursos.
Apesar de indicadores positivos em áreas como desemprego, balança comercial e reservas internacionais, o principal desafio continua sendo o gasto público. Medidas estruturais são consideradas essenciais para reequilibrar as contas e promover eficiência, incluindo revisão de incentivos e benefícios tributários, atualização das regras da previdência, reforma administrativa e redução de vinculações automáticas no orçamento.
