Segundo levantamento da plataforma Busca Ativa Escolar (BAE), da Unicef, o Acre enfrenta um grave desafio na educação: 13.090 crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola. Desse total, 87% pertencem a grupos étnico-raciais de pretos, pardos e indígenas, revelando também a desigualdade social na exclusão escolar.
De acordo com a análise, o problema se concentra especialmente na educação infantil. Apenas 17,9% das crianças acreanas estão matriculadas em creches, enquanto a média nacional é de 41,2%. Esse baixo desempenho colocou o estado na pior posição do país: 44,4% das crianças não conseguem vagas em creches ou pré-escolas.
Em Rio Branco, a lista de espera já ultrapassa 1.800 crianças.
Os números mostram um aumento preocupante. Em 2021, o Acre registrava 5.811 crianças e adolescentes fora da escola; na capital, eram 1.552 alunos. Já em 2025, o total mais que dobrou, alcançando a marca atual.
Segundo o professor Jolsoni Calixto, coordenador estadual do Censo Escolar, algumas iniciativas têm ajudado a reduzir a evasão, como a busca ativa nas escolas e a inclusão de alunos com deficiência. Ainda assim, a realidade expõe a dificuldade das prefeituras em garantir acesso e permanência escolar.
O Ranking de Competitividade dos Estados 2025, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), reforça o problema: no Acre, a taxa de frequência líquida no ensino médio foi de 66,8% em 2024, enquanto na educação infantil ficou em apenas 40,2%.
Atualmente, a rede estadual do Acre atende cerca de 140 mil alunos, as redes municipais somam 93,5 mil matrículas, a rede federal 3,4 mil e a rede particular 14,5 mil. No total, são mais de 182 mil matrículas no ensino fundamental, 20 mil no EJA (Educação de Jovens e Adultos) e 20 mil de pessoas com deficiência.