A carona de mais de R$ 24 milhões feita pela Secretaria de Estado de Educação para tocar obras de escolas no interior do Acre, paralisadas pela Operação Ptolomeu, parece não ter saído do papel. É o que mostra a realidade da Comunidade Morro de Pedra, que fica na região do Liberdade. A única escola encontra-se com as obras paradas e os alunos sem aulas.
A denúncia foi apresentada pela deputada estadual Antônia Sales (MDB). Ela cobrou providências ao secretário de Estado Aberson Carvalho. “O secretário de Educação tem que dar respostas à população. Por que as escolas não estão sendo recuperadas? Não tem merendeira, não tem barco, não tem combustível. Está demais essa situação. O senhor secretário tem que sair do seu gabinete. Se sente numa canoa e vá olhar o que o nosso povo precisa. E o secretário de Educação. Não pode ficar no ar-condicionado. Eu nunca cruzei com esse homem, a não ser no ar-condicionado. O povo paga seus impostos e querem que seus filhos estudem. Aonde está o recurso que vem de Brasília?’, questionou.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) entrou no debate. Ele lembrou que a Aleac vai precisar discutir no plenário o decreto legislativo apresentado pelo deputado Eduardo Ribeiro, que visa sustar os efeitos de atos relacionados à carona de R$ 24 milhões.
“Esse é um exemplo de um tema que trouxe para o debate, qual o deputado Ribeiro é o autor do decreto legislativo e tem muito a ver com que a senhora está trazendo aqui. Quando a denúncia veio a público, a justificativa era para resolver obras emergências em função das obras contratadas em função da Operação Ptolomeu. O mesmo secretário disse que logo em seguida, que teria uma licitação para substituir as imoralidades das caronas. O que ocorreu? Cancelaram as licitações. O secretário mentiu para base do governo porque não foi licitado até hoje. A carona da corrupção é a carona para tapar buraco. Não existe nenhuma obra tocada neste momento por aquela carona. Nós vamos precisar debater neste plenário mais dias ou menos dias, o decreto do deputado Eduardo Ribeiro”, disse o líder da oposição.
Fagner Calegário disse que “parece que estamos vivendo uma Secretaria de Estado de Educação que é em outro país”.
Eduardo Ribeiro (PSD), autor do projeto de decreto legislativo que visa sustar os efeitos da carona e que se abra licitação, disse que “essa carona começou errada e tende a terminar errada. Eu acredito no bom senso do secretário que venha cancelar essa carona”.
O único a defender o governo foi o deputado Tanízio Sá (MDB). “A carona foi uma opção mais rápida. Não é crime. É previsto na lei. Isso aqui eu previ lá atrás”.