O editorial de O Globo desta segunda-feira (3) abre a possibilidade do Acre perder recursos a fundo perdido enviados pela Alemanha (10%) e Noruega (90%) para programas de conservação ambiental, com a redução de emissão de massa carbônica, ou seja, a redução do desmatamento. Além do Acre, estados como Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins também perderão esses recursos.
O motivo é simples: uma trapalhada do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, coloca em risco contratos firmados com o Brasil há mais de 10 anos. O ministro levantou a hipótese de ‘inconsistências’ na gestão do BNDES.
“O banco precipitou-se em afastar os gestores, aceitando a ingerência indevida, à margem da independência institucional. Paradoxalmente, foi a diplomacia da Noruega e da Alemanha que saiu em defesa da instituição brasileira, ressaltando a capacidade dos gerentes do fundo e a regularidade nas contas auditadas”, diz trecho do editorial.
Comunidades extrativistas e terras indígenas poderão deixar de receber, nestes Estados citados, os recursos que nos últimos anos somam R$ 1,8 bilhão em 103 projetos desenvolvidos com esse dinheiro.
No Acre, temendo perder esses recursos, o governador Gladson Cameli corrigiu um erro da reforma enviada à Aleac em dezembro de 2018, e aprovou agora em maio o retorno da autonomia do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). O Instituto é canal de diálogo permanente com bancos estrangeiros, sobretudo o banco alemã KfW.