Enquanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomenda uma média de 3,73 médicos por mil habitantes, as regiões Norte e Nordeste do Brasil enfrentam uma realidade alarmante: menos de dois médicos por mil habitantes.
Um levantamento da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (AMIES) revela que estados como Maranhão e Pará têm índices particularmente baixos, com 1,13 e 1,22 médicos por mil habitantes, respectivamente.
A escassez de profissionais é exacerbada pela recente negativa do Ministério da Educação (MEC) a novos pedidos de abertura de cursos de Medicina nas regiões carentes. Apenas na última semana, seis de 13 pedidos foram indeferidos, e os demais ainda estão em análise.
O MEC justifica suas decisões com base em dados que indicam que muitos municípios já superam a recomendação da OCDE, ignorando, no entanto, a demanda da região de saúde como um todo.
A AMIES contesta essa abordagem, argumentando que a análise do MEC desconsidera a carência regional e os benefícios que os novos cursos poderiam trazer, tanto no curto quanto no longo prazo.
A negativa não só prejudica o atendimento imediato à população, como também limita a formação futura de médicos. Se o MEC mantiver esse entendimento, outras 43 solicitações de novos cursos podem ser negadas, resultando em uma perda potencial de R$ 280 milhões em impostos ao longo de seis anos.