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POLÍTICA

Crise na Saúde: Falta de estrutura e negligência da Sesacre prejudicam atendimento em Feijó

Crise na Saúde: Falta de estrutura e negligência da Sesacre prejudicam atendimento em Feijó

A crise na saúde pública do Acre segue deixando rastros de descaso e indignação. Em Feijó, a população enfrenta dificuldades para realizar exames essenciais, e a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) se omite diante do problema. O caso mais recente expôs a falta de um profissional especializado para operar o aparelho de ultrassom no Hospital Geral de Feijó, escancarando a precariedade do sistema.

Na última semana, uma mãe desesperada chegou à unidade com seu filho, que apresentava fortes dores abdominais, possivelmente relacionadas à vesícula. O caos instalado fez com que surgissem alegações de que não havia um aparelho de ultrassom disponível na unidade ou no município. No entanto, segundo o diretor-geral do hospital, Wirley Moreira, o equipamento existe, mas está localizado na maternidade, que funciona como uma ala obstétrica.

A grande questão é: de que adianta ter um aparelho se não há profissionais suficientes para operá-lo? Essa é a realidade da saúde pública em Feijó, onde apenas dois médicos estão habilitados a realizar ultrassonografias – e apenas para casos obstétricos. Ou seja, qualquer paciente que necessite do exame por outra razão precisa depender da boa vontade de um dos especialistas ou pagar por um atendimento particular. Essa situação inadmissível demonstra o fracasso da gestão estadual da saúde, que sequer garante um profissional fixo para operar um equipamento essencial.

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A omissão da Sesacre e o sofrimento da população

A Sesacre, que deveria garantir o funcionamento pleno dos serviços de saúde, se exime de sua responsabilidade. O hospital de Feijó já solicitou a contratação de um médico para operar o ultrassom de forma contínua, mas o pedido não foi atendido. Apenas agora, após meses de espera e denúncias, há uma expectativa de que um especialista comece a atuar em abril. Enquanto isso, a população segue refém de um sistema ineficiente, onde exames básicos se tornam um desafio.

O problema vai além da ultrassonografia. Pacientes denunciam longas esperas no atendimento e falta de profissionais suficientes para suprir a demanda. O hospital conta com apenas 11 médicos, que precisam se dividir entre a maternidade e o pronto-socorro. Apesar da recente implementação de um médico visitador – responsável pelo acompanhamento dos pacientes internados –, a sobrecarga continua sendo um gargalo no atendimento.

A demora no atendimento e a sobrecarga do sistema

Além da falta de estrutura, a demora no atendimento gera revolta. Segundo Wirley Moreira, os casos são triados por classificação de risco, e pacientes menos urgentes podem esperar até 2 horas e 40 minutos. Essa realidade mostra a ineficiência da rede pública, já que muitos pacientes que deveriam ser atendidos na atenção básica acabam sobrecarregando o hospital. No entanto, não há medidas efetivas para resolver o problema, e a população continua sofrendo nas filas.

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Enquanto o Estado não assume sua responsabilidade, a desinformação cresce e prejudica ainda mais a confiança da população no sistema de saúde. O diretor-geral do hospital defende que a comunidade busque informações oficiais antes de espalhar denúncias, mas a verdade é que os problemas são reais e urgentes. O governo precisa agir, e não apenas responder às crises quando estas se tornam públicas.

A Sesacre precisa dar respostas à população

A gestão da Sesacre não pode continuar ignorando os problemas que assolam o Hospital Geral de Feijó e outras unidades de saúde do estado. A falta de estrutura e profissionais compromete diretamente a vida da população, que já lida com inúmeras dificuldades. O fornecimento de medicamentos pode até estar regularizado, como afirma o diretor do hospital, mas isso não basta. Um sistema de saúde eficiente precisa garantir não apenas remédios, mas também diagnósticos rápidos e atendimento humanizado.