A aprovação do Projeto de Lei Complementar que autoriza a Prefeitura de Rio Branco a contratar um empréstimo de até R$ 67 milhões junto à Caixa Econômica Federal provocou tensão na Câmara Municipal. O montante será destinado à aquisição de novos ônibus para o transporte público da capital, por meio do programa federal REFROTA.
Durante a sessão desta quinta-feira, 15, o vereador Eber Machado (MDB) criticou duramente o presidente da Casa, Joabe Lira (União Brasil), acusando-o de conduzir uma manobra regimental para garantir a votação do projeto na tarde da quarta-feira, 14, sem o devido debate com a oposição.
“Com todo o respeito que tenho a Vossa Excelência, e confesso aqui que lhe subestimei, mas Vossa Excelência ontem deu o ‘drible da vaca’ na oposição, mas ao mesmo tempo mostra sua incompetência. Se eu estivesse no seu lugar, já teria colocado esse projeto em votação há muito tempo, porque tinha maioria. Nós não éramos contra o empréstimo, queríamos apenas os devidos esclarecimentos”, disse Machado em discurso inflamado.
O parlamentar afirmou ainda que a forma como o projeto foi conduzido comprometeu a credibilidade da Casa Legislativa.
“Essa casa, liderada por Vossa Excelência, se apequenou. Sangrou a democracia. Demonstrou que está contra o povo. Essa casa tomou vida por um líder que é mentiroso — que é a Prefeitura de Rio Branco. O que vimos foi uma Câmara submissa, agindo como puxadinho do Executivo. Isso é inadmissível”, completou o vereador do MDB.
Em resposta, o presidente da Câmara, Joabe Lira, rebateu as críticas e pediu respeito ao colega parlamentar. Ele destacou que todos os vereadores foram informados e convidados a participar da votação, que ocorreu dentro dos trâmites regimentais e com quórum suficiente para a deliberação.
“Essa Casa é democrática, e todos os vereadores tiveram acesso à pauta e foram convidados a votar. Pedimos respeito. A votação ocorreu dentro da legalidade e com ampla maioria”, afirmou Lira, que evitou prolongar o embate.
O projeto foi aprovado por unanimidade dos 13 parlamentares presentes e permitirá ao município renovar parte da frota do transporte coletivo urbano, medida defendida pelo Executivo como essencial para melhorar a mobilidade urbana e reduzir o número de veículos particulares nas ruas.
Apesar da polêmica em torno do rito de tramitação, o projeto segue agora para as etapas de licitação e contratação da nova frota, com previsão de chegada dos veículos entre o final de 2025 e o início de 2026.