Horas antes da audiência pública na Câmara Municipal de Rio Branco, realizada nesta segunda-feira, 10, o secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, defendeu a remoção das famílias que vivem na comunidade conhecida como Papoco, área central da Capital. O debate foi convocado por meio de requerimento do vereador Fábio Araújo (MDB), que solicitou esclarecimentos sobre o processo de retirada dos moradores.
Em declaração à imprensa antes do encontro, o secretário afirmou que a maior parte das famílias consultadas pela Prefeitura manifestou o desejo de deixar o local, classificado como área de risco e de alta vulnerabilidade social.
“Viemos aqui ouvir as pessoas que estão dizendo que não querem sair. E são a minoria. Nosso relatório mostra que 95% das pessoas ouvidas disseram ‘sim, queremos sair’. Não é possível, em sã consciência, defender que alguém continue morando em área de desmoronamento, insalubre e sem condições de infraestrutura”, afirmou.
Segundo ele, o levantamento técnico aponta que a região do Papoco está condenada pela Defesa Civil, impossibilitando qualquer tipo de obra de recuperação. O secretário destacou que as famílias que aceitarem a transferência serão atendidas pelo projeto ‘Mil e Uma Dignidades’, idealizado pelo prefeito Tião Bocalom (PL), que prevê o reassentamento em moradias adequadas.
“Nós vamos oferecer dignidade e uma casa boa. Para as pessoas que não querem sair, vamos continuar o diálogo, tentando convencê-las a deixar uma região condenada, com apoio do Ministério Público, da Defensoria Pública, da OAB, da Defesa Civil e do Tribunal de Justiça”, afirmou.
O secretário também rebateu preocupações de moradores sobre possíveis conflitos entre facções criminosas na área de reassentamento, especialmente nas proximidades da Cidade do Povo.
“Esse estudo é socioeconômico, e a região do Rosa Linda é aparentemente tranquila. Quem pode dizer isso com detalhes é a Segurança Pública. Agora, quem disser que é de facção tem que ser preso na hora. Nós não podemos compactuar com o crime”, enfatizou.
Durante a fala, ele ainda defendeu o fortalecimento da segurança no centro da cidade e sugeriu o retorno do Comando de Operações Especiais (COE). “Ali é caso de polícia, não de assistência social. Direitos humanos são para pessoas direitas”, declarou.
