O senador Márcio Bittar (União Brasil) levantou duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante entrevista ao podcast Papo Informal, comandado pelo jornalista Luciano Tavares, nesta quinta-feira, 12. Em declarações polêmicas, Bittar defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, reiterou sua posição favorável à tramitação de uma anistia política e acusou ministros do STF de interferirem indevidamente no processo eleitoral brasileiro.
“Quem deve decidir é o eleitor"
Para Bittar, é inconcebível que o ex-presidente Bolsonaro esteja inelegível enquanto Lula, antes condenado em várias instâncias, chegou à Presidência da República após decisões que anularam seus processos. "O Bolsonaro não está condenado por corrupção ou qualquer crime, mas teve seus direitos políticos cassados. Quem deve decidir se ele será ou não presidente novamente é o eleitor, não uma articulação do STF com o TSE", afirmou.
O senador também acusou ministros de assumirem posições políticas. "O ministro Barroso disse publicamente: ‘Nós derrotamos o bolsonarismo’. Isso não é papel de um juiz, é militância política", disparou.
Bittar destacou a mudança de posicionamento do STF em relação ao julgamento de Lula. "O Supremo, por cinco vezes, reconheceu que o foro de Curitiba era o adequado. Depois, mudaram de opinião e 'descondenaram' o Lula, que hoje é presidente. Enquanto isso, o Bolsonaro é inelegível por liderar uma reunião com embaixadores ou subir num caminhão em manifestação", questionou.
O senador também apontou possíveis interferências do STF no TSE contra Bolsonaro, mencionando supostos áudios de assessores ligados ao ministro Alexandre de Moraes. "É uma interferência óbvia, e isso fere a democracia. O Congresso precisa permitir que a anistia política seja debatida e votada. Quem decide o futuro do país são os representantes eleitos e o povo, não juízes".
O parlamentar elogiou as recentes movimentações de Bolsonaro junto ao Partido Liberal (PL), principalmente na formação das futuras mesas diretoras da Câmara e do Senado. "Ele liderou o PL em negociações estratégicas, garantindo espaços importantes no Congresso. Isso é fundamental para que pautas como a anistia política avancem", explicou.
Bittar reforçou a importância de Bolsonaro continuar articulando, mesmo fora do poder. "Lançar candidatos sem chance de vitória apenas enfraquece o grupo político. Bolsonaro entendeu isso e está cuidando da composição no Legislativo", disse.