Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reunidos no Boletim de Análise Político-Institucional - Dinâmicas da Violência e da Criminalidade na Macrorregião Centro-Oeste do Brasil, mostram o crescimento das taxas relacionadas à população privada de liberdade (PPL), no Acre, de 2003 a 2023.
De acordo com o estudo, o Acre tem um sistema penitenciário relativamente pequeno em termos absolutos, mas grande em relação à população total e que cresceu fortemente nas últimas décadas, em espaços marcados por dinâmicas próprias de fronteiras geográficas e econômicas.
Ainda, segundo os pesquisadores, estados de fronteira, como o Acre, Rondônia e Roraima, lideram o crescimento das taxas de pessoas presas nos 20 anos que compreendem a pesquisa.
“Uma comparação é elucidativa: a taxa nestes três estados cresceu cerca de 530 PPL/100 mil habitantes, o que é equivalente à taxa total dos Estados Unidos atualmente. Consequentemente, a taxa do Acre (862) não está muito distante do líder mundial, El Salvador, com 1.062”, afirmam Pedro Mendes Loureiro e Graham Denyer Willis.
As informações mostram também que dos 862 PPL/100 mil habitantes do estado, 45% cumpriam pena em regime fechado, em 2023. Sendo 28,4% no regime provisório e 73,3% no semiaberto. A respeito da presença de mulheres encarceradas naquele ano, o percentual do Acre alcançou 6,8%.