Conta uma parábola oriental que uma chuva intensa aumentou o volume das águas de um rio e um escorpião ficou ilhado num pequeno pedaço de terra. Com as águas subindo sem parar o escorpião estava com o seu destino traçado, morreria afogado. Já desesperado ele viu um ganso branco que nadava tranquilo pela corrente e então pediu ajuda:
Ganso pelo amor de Deus me salve. Estou preso nessa ilha e as águas não param de subir.
Mas como posso te ajudar?
Me coloque nas suas costas e me leve até a margem do rio em terra firme.
Não posso fazer isso Escorpião porque você irá me picar e quem morrerá sou eu.
Pode confiar Ganso que não te picarei. Estou desesperado e não quero afogar-me. Serei eternamente grato por você salvar a minha vida.
O misericordioso Ganso confiou nas palavras do escorpião e o colocou nas suas costas. Começaram atravessar as correntes do rio e quando estavam quase chegando às margens sentiu uma dor aguda nas suas costas.
Escorpião estou te salvando e ainda assim você me picou? Agora vamos morrer nós dois. Por quê você fez isso?
Então o Escorpião já quase se afogando junto com o Ganso envenenado respondeu: - Essa é a minha natureza.
A natureza de um Ganso é nadar e a de um escorpião é picar mesmo aqueles que o ajudam. E os dois sucumbiram nas águas do rio.
Essa parábola é ilustrativa para o momento que estamos vivendo na política do Acre. A natureza de alguns políticos é ser oposição ainda que façam parte de um governo que ajudaram eleger. Não conseguem viver sem criticar e picar mesmo aqueles que os ajudaram. Esquecem que o poder político para alcançar o seu objetivo principal, que é ajudar a população, precisa de união e colaboracionismo. Ao invés de aproveitarem a oportunidade de governar para crescerem se perdem no jogo da vaidade e do personalismo. Caem na tentação da crítica fácil e virulenta pensando apenas em votos, cargos e poder.
Esse tipo de comportamento político destrutivo só gera desavenças e sofrimento para a população. O pior é que os próprios “escorpiões" da política acabam sofrendo as consequências das suas “picadas" venenosas se afogando em águas turbulentas porque despertam a desconfiança da população. Afinal, quem vai confiar num escorpião que pica os seus aliados?
Essa é a reflexão que deve ser feita. A política precisa de desapego aos projetos pessoais para alcançar o seu foco principal que é o bem estar das pessoas. Ainda mais num momento de muito sofrimento com a pandemia de Covid-19 enlutando milhares de famílias, levando gente de bem prematuramente. A economia destruída gerando desemprego e fome para muitas pessoas. Então não seria a hora de abandonar projetos políticos pessoais e pensar no coletivo? Esse quadro caótico, na verdade, se constitui numa ótima oportunidade para os políticos de caráter mostrarem o quanto podem ajudar os menos favorecidos.
Mas assim como a a natureza do escorpião é picar e envenenar a todos que estejam no seu caminho esses políticos "negacionistas" continuam a desejar poder e mais poder para si e os seus familiares. Não se importam com a pilha de mortos que vão deixando pra trás. E aonde acham que vão chegar? A lugar nenhum, porque estão destruindo aqueles que os ajudaram na travessia do rio da vida. No entanto, por mais veneno que estejam espalhando para protegerem os seus propósitos mesquinhos, não escaparão do julgamento popular que está logo ali na frente, em 2022.