A política do Acre mudou. Em 2020, se o eleitor pensava que as cores dos partidos (mais usadas) falariam sobre os candidatos, enganou-se bem. Na esquerda, no centro e na direita, todos agora vestem o azul. Se não entendeu, acalme-se, que mais a frente isso vai ficar bem claro na mente.
Curiosamente, à esquerda, o PT, enfim, voltou a vestir o vermelho que outrora representou da “mudança“ ao “medo” nos quatro cantos do Acre, mas foi deixado de lado na eleição de Marcus Alexandre em 2013, na reeleição 2016 e na tentativa de ser governador, em 2018. Agora, na tentativa de mostrar uma suposta volta às origens, os petistas se cotizam para bancar a campanha ao lado de Daniel Zen.
Noutro palanque, o MDB de Flaviano e João Correia, que vinha com o verde mesclado com o azul vivo, agora vai ficar ainda mais azulado com Roberto Duarte tentando ser prefeito. E por que falei do azul? Simples: a prefeita Socorro Neri, que tentará a reeleição, também adotou o azul de Gladson Cameli para a campanha.
Duarte não deixou por menos! Apesar de estar na convenção do MDB, que ocorria simultaneamente à convenção do PSB, a menos de 4 quilômetros do Colégio Meta, onde era confirmado o candidato emedebista, disparou o deputado: “A gente sabe quem veste o azul de verdade!”. Era a indireta, quase direta, sobre o que ocorria próximo dali, no Afa Jardim.
Não apenas o azul, Socorro Neri vestiu o famoso amarelo do PSB, partido ao qual é filiada. Mais que isso, deixou de lado o PCdoB da esquerda, “irmão há anos do PSB”, e partido que a teve como aliada desde sempre. Gladson Cameli também vestiu o azul que antes já havia provado gostar. Mas no palco da convecção, Neri e o vice, Eduardo Ribeiro, preferiram o branco de Tião Viana.
Ahh! Eu quase ia esquecendo do primeiro nas pesquisas de intenção de voto: Minoru Kinpara, também vestirá o azul, só que pelo PSDB. Com um vice liberal, que veste o azul do comércio, o empresário Celestino Bento, não terá problema com isso. Resta saber se Minoru usará na camisa branca uma estampa com o rosto de Jair Bolsonaro, afinal, o vice é do partido que apoia o presidente brasileiro.
Só não dá para Bolsonaro declarar um apoio, por menor que seja ao Kinapra, afinal, ao que tudo indica, isso ficará de presente para Roberto Duarte, que tem ao lado o senador Márcio Bittar, que atleta como está, vestirá a camisa de Bolsonaro, mais uma vez, para tentar eleger o colega do MDB. A corrida matinal de Bittar, agora, será até as urnas.
A política é assim: vai mudando toda hora, a todo tempo. Igual o voto do eleitor. Até a hora de confirmar a tecla verde da urda, o voto pode mudar, final, o alaranjado do “corrige” pode ser usado a qualquer tempo, bastando o eleitor desejar. Na urna não tem azul, mas tem o verde para “confirmar” que o eleitor pensa que “veste o azul de verdade!”