Dois pesos e duas medidas, hipocrisia, seletividade nas críticas. É assim que vejo essa histeria virtual sem fim sobre a Copa América no Brasil anunciada nesta segunda-feira (31) pela Conmebol.
Desde o ano passado há torneios no país: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-americana e Libertadores. Torcidas não vão aos estádios, mas em casos específicos em que seus times estão e uma decisão, multidões cercam as arenas, promovem os chamados corredores de fogo, realizam recepções e festas gigantes. Isso tudo em meio a um terrível caos em um país com mais de 450 mil mortos pela covid-19.
A Copa América é apenas mais um torneio sem torcida e, diga-se de passagem, com maior rigidez sanitária do que os campeonatos nacionais.
A crítica é sim seletiva carregada de argumentos que seriam válidos se os emissores da revolta protestassem contra a realização dos outros torneios bem mais movimentados e duradouros.
Sou um anti-Bolsonarista declarado e jamais escondi isso. E meu posicionamento não é de arrependido. Não, não. Bem antes de o atual presidente ser eleito eu já me posicionava contra ele por inúmeras razões que eu já expus na rede.
Eu toparia criticar a Copa América no Brasil, porém colocando no mesmo balaio outros campeonatos, eventos e até manifestações democráticas que eu mesmo participei como jornalista. Mas não o faço. Não dá. A menos que eu queira carregar uma balança capenga nas mãos.
Vamos discutir a precariedade e a negligência na vacinação, o desdém do presidente, a incompetência de seus ministros. Aí, sim, eu topo. Mas usar argumentos pífios copiados e colados ou memes, não.