O mais ferrenho dos opositores de Gladson Cameli concorda que as medidas tomadas pelo governo no enfrentamento à covid-19 foram acertadas. Até o presidente do PT Cesário Campelo Braga, no início da crise, reconheceu o esforço do governador. Quando há mais acertos, os erros ficam quase que imperceptíveis.
Com um vírus no colo, o governo, que caminhava cambaleante pelas inúmeras conspirações de supostos aliados e a falta de habilidade política no primeiro ano de gestão, tinha tudo para desmoronar de vez e chegar nocauteado no final de 2022, mas não. Aconteceu o inesperado. O chefe do Palácio Rio Branco tomou para si a responsabilidade de enfrentar a crise da covid-19, colocou o problema que não é só dele debaixo dos braços e passou a tratá-lo como meta pessoal. Ficou do lado da ciência e por um momento se opôs a qualquer orientação do presidente da República, de quem é aliado político.
Não são raros os comentários do tipo "o Gladson me surpreendeu" e "ele realmente tomou para si a responsabilidade, amadureceu". As redes sociais são um importante termômetro para aferir a aceitação do trabalho de alguém, não que isso seja uma regra. Há variáveis. Trata-se apenas de um argumento estritamente empírico. O reflexo do esforço do governador na atual crise rendem a ele elogios de figuras livres de qualquer suspeita.
À medida que cresce em meio a uma crise, Gladson Cameli vê alguns personagens políticos próximos a ele sofrendo um bloqueio de popularidade.
Eles colhem o preço do sumiço em horas emergenciais.