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Blog da Hora | Com Luciano Tavares

Alan Rick quer anulação de questões do Enem de “cunho ideológico” que citam agronegócio

Alan Rick quer anulação de questões do Enem de “cunho ideológico” que citam agronegócio

O presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, Alan Rick (União/AC), protestou nas redes sociais contra três questões do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), aplicado neste domingo (5), que citam o agronegócio e o desmatamento.

Alan integra a Frente Parlamentar da Agricultura que nesta segunda-feira (6), em nota, pediu a anulação das questões 89, 70 e 71. O grupo classifica as perguntas como “de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico”.

Ainda na nota, os parlamentares falam em convocar o ministro da Educação, Camilo Santana, para prestar esclarecimentos no Congresso.

“Como presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, considero inaceitável que o Governo Federal utilize o Enem, uma prova de tamanha relevância para o futuro dos jovens brasileiros, como plataforma ideológica e de desinformação, ignorando os fatos científicos e a importância do agronegócio no Brasil. O setor é um pilar da nossa economia e responsável pela segurança alimentar de milhões de brasileiros e cidadãos de países para onde exportamos. Atacar a agropecuária com uma visão distorcida e negativa é desconsiderar o trabalho árduo e a dedicação de 27 milhões de famílias brasileiras, bem como as práticas sustentáveis cada vez mais adotadas
no campo. Exigimos a anulação das questões que atentam contra a verdadeira imagem do agronegócio. O setor merece respeito e reconhecimento, não falsas narrativas”, reagiu Alan Rick.

O que dizem as questões:

O item 70 apresenta um trecho do artigo "A Amazônia e a nova geografia da produção da soja", escrita por A.U. Oliveira. O texto diz: "Alternativas logísticas estão servindo de instrumentos que ativam os mercados especuladores de terras nas diferentes regiões da Amazônia e constituem em indicadores utilizados por diferentes atores para defender ou denunciar o avanço da cultura da soja na região e, com ela, a retomada do desmatamento. É evidente que o crescimento do desmatamento tem a ver também com a expansão da soja, porém atribuir a ela o fator principal parece não totalmente correto. Parto da compreensão central de que a lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas".

A questão pede ao estudante que identifique qual problema central é desencadeado na situação descrita, na visão do autor, por uma das seguintes opções:

• apropriação de áreas devolutas;
• sonegação de impostos federais;
• incorporação de exportação ilegal;
• desoneração de setores produtivos;
• flexibilização de legislação ambiental.

Já a questão 89 apresenta como texto de apoio um trecho do artigo "Territorialização do agronegócio e subordinação do campesinato no Cerrado". "No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismos de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como mecanização pesada, a 'pragatização' dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa", afirma o texto.

Nessa questão, o estudante deveria identificar o que demonstram os elementos descritos no texto a respeito da territorialização da produção, entre as seguintes opções:

• cerco aos camponeses, inviabilização da manutenção das condições para a vida;
• descaso aos latifundiários, impactando a plantação de alimentos para a exportação;
• desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos sindicatos para o trabalhador;
• desrespeito aos governantes, comprometendo a criação de empregos para o lavrador;
• assédio ao empresariado, dificultando o investimento em maquinários para a produção.

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