Horas após receber a Polícia Federal em sua casa, na manhã desta sexta-feira (27), no âmbito da Operação Par de Ases, que investiga esquema de fraudes à licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo empresas de engenharia e a prefeitura de Tarauacá, a prefeita Maria Lucinéia, candidata à reeleição, abriu a Bíblia Sagrada e leu o Salmos 33. 12, que diz “Feliz a nação que tem Jeová como Deus”, e afirmou que “quem não deve não teme”.
“Vem todas as mídias aí da vida né, tentando denegrir nossa imagem. Tivemos sim a visita da Polícia Federal na minha casa e aqui no gabinete, porém não encontraram nada que nos comprometesse porque não tem, porque quem não deve não teme. Vamos seguir na nossa campanha em paz, levando amor, levando compromisso com o povo de Tarauacá. Deus abençoe”, declarou a prefeita em vídeo nas redes sociais.
Entenda a operação
Investigação iniciada em março de 2020, constatou que o município de Tarauacá foi alvo de dois grupos (um empresarial e outro político) que agindo em conluio, manipularam ilegalmente licitações a fim de que empresas ligadas aos investigados vencessem os certames. Posteriormente, após o Poder Público Municipal realizar pagamentos pelos serviços prestados, os sócios das empresas ilegalmente favorecidas repassavam parte dos valores recebidos a pessoas ligadas à Chefe do Executivo Municipal.
O inquérito policial ainda desvendou que os investigados realizaram operações típicas de branqueamento de capitais com a finalidade de acobertar a origem ilícita dos valores desviados do erário municipal.
A operação contou com a participação de 38 policiais federais, que deram cumprimento, nas cidades de Tarauacá/AC, Feijó/AC, Rio Branco/AC e Manaus/AM, a 15 mandados de busca e apreensão e três mandados de sequestro/bloqueio de bens expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Na oportunidade, foram sequestrados três veículos e o montante aproximado de R$ 245 mil em ativos financeiros, totalizando um bloqueio de bens no valor estimado de R$ 665 mil.
A decisão judicial determinou ainda a suspensão do direito de participar de licitações públicas e de contratar com o poder público com relação às pessoas físicas e jurídicas investigadas. Os investigados poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, lavagem de capitais e associação criminosa.