O pastor Silas Malafaia, da Assembleia Deus Vitória em Cristo, publicou um vídeo nas redes sociais contra o senador Márcio Bittar (União) por causa do não comparecimento do parlamentar à votação, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, do projeto que regulamenta a atividade de cassinos e jogos de azar no Brasil.
Malafaia disse que o senador prometeu, por telefone, ao ex-presidente Jair Bolsonaro que votaria contra o projeto, porém não foi à reunião CCJ e mesmo podendo votar remotamente não o fez, descumprindo o que prometera ao ex-chefe do Planalto.
“Há uns 15 dias atrás, junto do presidente Bolsonaro, quem ligou foi Bolsonaro, ligou pro senador Bittar, perguntando em quem ele ia votar, colocou no viva-voz, eu estava ouvindo, eu estava do lado do presidente. E aí o senador Bittar disse em quem o senhor mandar, presidente, meu voto é seu. Bolsonaro disse, diga não, à jogatina, vote contra. Sabe o que ele fez? Não compareceu. E outra, a votação é remota, de qualquer lugar pode votar, não tem nenhuma desculpa de nada, tudo conversa fiada fazendo o jogo do governo, não tem palavra esse cara. Eu quero pedir aos meus irmãos evangélicos e ao povo cristão, diga não a ele aí no Acre. O jogo é uma praga que destrói homens, mulheres, jovens, idosos e famílias. O custo social é maior do que o imposto arrecadado. Então diga não a ele”, detonou Malafaia.
Além de Bittar, outros dois senadores, considerados traidores pelo pastor, não compareceram, embora tenham prometido votar contra o projeto: Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Eliziane Gama (PSD-MA).
Na CCJ do Senado, o projeto foi aprovado por 14 votos a 12. O tema agora deve ser remetido ao plenário da Casa. O presidente Lula já declarou que vai sancioná-lo
- Resposta a Malafaia
Mais cedo nas redes, o senador Márcio Bittar disse que Silas Malafaia se utiliza de instrumentos usados, apenas pela esquerda, para atacá-lo.
“Eu acho apenas que no Brasil, as facções criminosas acabarão tomando conta desses jogos, como já tomou conta de parte da economia brasileira e parte do território nacional, porque o estado já não controla mais. As facções são quem comandam. Eu acho que ter votado ou não na CCJ, eu não pude votar, não alterou o resultado final. E a parada vai ser resolvida mesmo é no plenário, aonde eu vou reafirmar a minha posição. Eu acho, apenas, que o pastor Silas Malafaia, que merece meu respeito até pelas posições com o presidente Bolsonaro, exagerou na patrulha ideológica. Eu achava que a patrulha ideológica é uma arma apenas da esquerda. Eu penso que ela não nos aproxima”, disse Bittar.