O conselho político de Gladson Cameli durou só cinco meses. Vai ser desfeito. Afinal não disse a que veio e virou chacota na opinião pública.
Houve até decreto publicado no Diário Oficial do Estado em março dando poderes ao grupo que seria responsável por importantes decisões políticas junto ao chefe do Palácio Rio Branco. Mas os notáveis conselheiros sumiram. Largaram Cameli na fase mais crítica do governo, durante a pandemia e no conflito interno do governador no PP.
Sem o conselho, os assuntos políticos do governo serão transferidos para uma coordenação, cujo nome forte será o professor e ex-deputado Moisés Diniz. Mas não será uma dessas chefias de departamento. O agora ex-comunista, filiado ao PP, vai pedir licença de suas funções de secretário adjunto de Educação do Estado nesta semana para concentrar seus esforços nas relações políticas, institucionais e partidárias do governo. E seu primeiro desafio começa às vésperas das eleições municipais.
Moisés terá acesso direto ao governador com liberdade de escolher a dedo quem ele deseja como integrante de sua equipe. Flávio Silva, amigo e assessor mais próximo ao governador Gladson Cameli, o ex-prefeito Francisco Deda, do Pros, e o ex-deputado Elson Santiago são os primeiros do time escalado por Diniz. Esses e outros nomes devem ser anunciados.
Os integrantes do conselho que será extinto continuarão a perambular pelo governo em secretarias.
Moisés quer contar também com líderes indígenas, integrantes de diferentes igrejas, associações de moradores, representantes de sindicatos e de partidos políticos.
É um modelo pelo qual o governo tenta ampliar seus tentáculos em nome da propalada governabilidade.