Os bastidores da Câmara de Rio Branco fervem por causa da aprovação ontem à noite do aumento de salário dos vereadores.
O presidente da Casa, Raimundo Neném (PSB), que diz ser contra o projeto, deixou a sede do Legislativo antes da votação com medo de se comprometer com o que ele chama de “projeto inconstitucional, irregular e ilegal”.
Na ausência de Neném assumiu o
secretário da Mesa Diretora, Fábio Araújo [Fabão], do PDT, que, sem qualquer cerimônia, conduziu a votação e sugeriu de forma irônica ao presidente que abra mão do aumento salarial.
“Quero deixar aqui bem claro que como presidente em exercício no momento, já que o próprio presidente afirma que é contra a matéria do que ele abdique, faça abdicação do aumento que foi aprovado. Que assim ele vai realmente comprovar o que está falando aí, que é contra esse aumento.”
Mais cedo houve discussão ríspida. Neném e Hildegard Pascoal só não foram aos tapas na sala de reuniões da Casa porque foram contidos pelos demais colegas. O assunto da reunião era o reajuste.
Raimundo Neném está inclinado a seguir a sugestão de Fabão de abrir mão do aumento. Ele diz estar “respaldado pelo Jurídico da Câmara”.
“A Assessoria Jurídica da Casa diz que é inconstitucional. Eu estou respaldado pelo jurídico da Casa. Se há ilegalidade o MP vai fiscalizar.”
O que foi aprovado
A pedido da prefeitura de Rio Branco foram aprovados a recomposição do salário do prefeito Tião Bocalom e secretários de 17,05% e a criação de 77 cargos comissionados.
Já as matérias de autoria do Legislativo são o reajuste salarial de 45% dos 17 vereadores, aumento na verba de gabinete que vai subir de R$38 mil para R$50 mil, reajuste aos servidores da Casa de 7% e reajuste no auxílio alimentação dos servidores e comissionados do parlamento que vai aumentar de R$ 850 para R$ 1.500.