Flaviano Melo deve estar se revirando no túmulo. O MDB, partido que ele comandou com zelo democrático, vive um ambiente de tensão por causa de uma guerrinha interna pelo comando da agremiação causada por Vagner Sales, ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, e o deputado estadual Tanizio Sá.
Inelegível, Vagner assumiu a presidência do partido, já que era 1º vice-presidente, afirmando estar “embasado juridicamente”, e fez questão de assinar uma nota em homenagem a Flaviano um dia antes do traslado do corpo do ex-governador a Rio Branco.
Vagner vs. Tanizio
Vagner Sales usa o exemplo de Valdemar da Costa Neto e Roberto Jeferson, dois condenados que assumiram partidos políticos. Diz que a exemplo deles pode continuar no comando do MDB até agosto do ano que vem, mês das eleições para a presidência do partido.
O ex-prefeito de Cruzeiro do Sul tem o apoio de dois importantes membros da confraria dos chamados cabeças brancas: João Correia, ex-deputado federal, e Aldemir Lopes.
Entre os argumentos usados pelo pequeno grupo que quer a permanência de Vagner presidente do MDB está a possibilidade de Tanizio levar o partido para a base do governo Gladson.
Até o não apoio de Tanizio à candidatura de Flaviano Melo para deputado federal já foi usado como argumento por um dos cabos eleitorais de baixa patente de Vagner.
Tanizio, por outro lado, 2º vice-presidente, em tese o terceiro da linha sucessória, diz ter o direito de assumir, pois o ex-prefeito, ao contrário do que diz, está impedido pela Justiça.
O estatuto do MDB impede Vagner de ser mantido no cargo.
Pessoas próximas a Tanizio dizem que o deputado não descarta uma ação judicial para assumir o partido.