A história está registrada e quem não tem amnésia vai relembrar. Em 2012, época em que o bolsonarismo ainda não era uma espécie de seita política, mas já existia como um embrião em forma de identificação moral, sobretudo no meio evangélico, Marcus Alexandre, à época candidato à prefeitura pelo PT, fundou o Comitê da Família Cristã. O evento contou com as presenças solenes de figuras como Fernando Lage e os pastores Jamyl Asfury e Agostinho Gonçalves, que mais tarde se declararam bolsonaristas.
Marcus foi batizado nas águas pelo pastor Agostinho, da Igreja Batista do Bosque, da qual virou membro e frequentador assíduo na época em que era prefeito de Rio Branco.
Mas a relação religiosa do pré-candidato do MDB à prefeitura foi para além das paredes da IBB. A lista é grande. Passa pela Ameacre (Associação dos Ministros Evangélicos do Acre), líderes de igrejas renomadas e deságua em sua participação anual na Marcha Para Jesus, ocupando cargos ou não.
O ex-petista foi a favor do Estatuto da Vida e da Família, aprovado na Câmara de Rio Branco, que reconhecia o chamado modelo tradicional de família, mas rejeitava casais homoafetivos e excluía arranjos como mães solteiras e avós que criam netos. Marcus foi criticado por ativistas por isso.
No PT, o hoje pré-candidato emedebista era visto com desconfiança por militantes mais radicais por sua relação com os evangélicos.
O fato é que o MDB, o guarda-chuva de variados espectros e tendências,
não conhece seu filiado e por essa razão engole o argumento em tom pejorativo de que Marcus é esquerdista. Nem o PT acredita nisso.