Ao encaminhar o projeto de lei sugerindo um empréstimo de R$ 340 milhões, Bocalom imaginava que a matéria seria aprovada sem qualquer dificuldade, mas não foi o que aconteceu. Em tese, a proposta teria 14 votos contra dois dos opositores Fábio Araújo e Elzinha Mendonça. Porém, na prática, o prefeito não tem base e por essa razão não convenceu o parlamento. A conclusão é do presidente da Câmara, Raimundo Neném (PSB).
O parlamentar disse que avisou a Bocalom, por telefone, sobre a dificuldade que ele encontraria para aprovar a proposta.
“Eu disse a ele: ‘Tu não tem base. Tu vai passar vergonha’. Tem que conquistar os vereadores, tem que conversar, conversar e alinhar, explicar...”.
A tentativa de convencimento iniciou na última quarta-feira, quando Tião Bocalom chamou os vereadores em seu gabinete para comunicar a intenção de fazer o empréstimo e anunciou os objetivos e finalidades.
Havia no texto, a priori, a destinação de R$ 38 milhões para a compra de 10 ônibus elétricos, mas a proposta foi retirada depois que os vereadores reclamaram por se tratar de uma aquisição que traria desgaste político não só para a prefeitura, mas também para o parlamento. Bocalom se convenceu e retirou os ônibus da matéria antes de enviá-la à Casa.
Na Câmara Municipal, porém, já com o projeto em mãos, o vereadores não votaram. Bocalom encaminhou mensagens via WhatsApp e ligou para cada um dos parlamentares sobre a necessidade de uma sessão extraordinária, mas não os convenceu.
Neném critica a postura da prefeitura. Para ele, uma equipe técnica do Município deveria se reunir com os vereadores para explicar o empréstimo, forma e prazo de pagamento.
Outro entrave
A Procuradoria da Câmara Municipal de Rio Branco divulgou um parecer prévio no qual solicita informações adicionais acerca do pedido de empréstimo. O documento solicita uma série de documentos para a elaboração de um parecer jurídico oficial e a eventual aprovação. Entre os pontos enfatizados, destaca-se a falta de especificação das operações de crédito, que deveriam incluir informações cruciais como taxas de juros, cronograma de amortização, parcelas, período de carência e o montante total da operação.
Além da desarticulação política e uma base fake na Câmara, o prefeito tem, também, o entrave jurídico.