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Blog da Hora | Com Luciano Tavares

No PP, onde o poste mija no cachorro, um pré-candidato tem mais peso do que um governador

Bocalom tomou tereré na Baixada da Sobral com a ex-vereadora Graça da Baixada e um grupo de simpatizantes à sua pré-candidatura à prefeitura de Rio Branco pelo PP na manhã desta quinta-feira (23) apesar de não ter o apoio de Gladson Cameli, líder maior do partido.

É incrível como um simples pré-candidato filiado há apenas três meses na agremiação, que sequer está entre os favoritos nas pesquisas, ao contrário, sofre uma grande rejeição, se mantém irredutível mesmo sabendo que o chefe do Palácio é contra sua indicação.

No PP (sigla que também pode significar poste no perro (cão em espanhol), o poste mija no cachorro. Pelo cenário atual é possível imaginar que o lendário Roberto Carlos do Palheiral, filiado ilustre e tradicional do partido, tenha mais peso e voz do que o governador Gladson Cameli.

Tião Bocalom tem sim uma interessante história como militante. Isso é inegável. O problema do professor de matemática, entretanto, é não saber calcular seu próprio tamanho. Por essa razão ele acredita que sua grandeza política esteja acima de sua própria estatura.

O ex-prefeito de Acrelândia, ex-diretor da Emater (cargo dado por Gladson Cameli) e ex-candidato a quase tudo no Acre tem uma lista acumulada de intrigas.

Quem não chegou ontem no Acre e acompanha política nos últimos 16 anos deve relembrar que onde Tião Bocalom pisou o pé a contenda tomou forma e dividiu grupos.

No PSDB, ele vivia a se bicar com Márcio Bittar (quando o hoje senador ainda era tucano) e Major Rocha. No DEM se indispôs com Alan Rick; no PSL também produziu intrigas e agora no PP em apenas 90 dias, Bocalom provoca uma confusão que poderia ser evitada se ele, com seus poucos cabelos brancos, pusesse a prudência sobre sua irredutibilidade.

Até o senador Sérgio Petecão, que ainda insiste na pré-candidatura de Bocalom, já foi vítima da personalidade contenciosa do ex-prefeito de Acrelândia.

Passou da hora de o governador do Acre se posicionar de verdade e com firmeza, senão será outra vez desmoralizado por causa de um pré-candidato e uma suplente que virou senadora por causa dele.

Gritos altos e declarações bravas não significam absolutamente nada nesse contexto.