O período pré-eleitoral aponta para uma polarização na disputa pela prefeitura de Rio Branco entre Marcus Alexandre (PT) e Tião Bocalom (PL). É o que avalia o cientista político Nílson Euclides, professor da Universidade Federal do Acre.
Para o professor, as pré-candidaturas de Emerson Jarude (Novo) e Alysson Bestene (PP) dificilmente conseguirão romper a disputa entre aqueles que ele considera os dois principais polos e avançar para um eventual segundo turno.
“As duas candidaturas (Marcus vs. Bocalom) me parecem nesse momento vão polarizar. A gente vai ter provavelmente em outubro duas grandes candidaturas e as demais devem se perder pelo caminho ou ficarem pulverizadas. Não acredito que a gente vá ter uma surpresa, por exemplo, em quarto ou terceiro lugar, avançar e ir para o segundo turno. Não acredito nisso”, analisa.
Mudança estética e de comportamento
Nílson Euclides chama a atenção para a alteração de comportamento dos dois pré-candidatos. Bocalom, por exemplo, parece mais simpático, acessível e aparenta um discurso mais leve. Já Marcus Alexandre admite alianças variadas que incluem partidos e personagens da chamada direita.
“O Bocalom vem se empenhando nos últimos dias. Você vê que ele muda completamente a estética, o discurso, está se apresentando como uma pessoa mais flexível, menos turrona, e isso tudo vai ajudar, obviamente. Ele de certa forma rompeu algumas barreiras que ele tem no eleitorado mais de centro e de centro-esquerda. Mas é uma tarefa difícil. Eu acho que ele tem aí uma campanha muito dura. Não é à toa que o Marcus vira de um lado, vira do outro, vai para o centro, vai para a direita, também para a esquerda, porque ele sabe também que precisa de apoio. E esse apoio é bem-vindo numa campanha.”