Petecão não é um ser em extinção na política, ao contrário, sempre esteve na moda. E não seria exagero pôr no senador o apelido de coiote, mamífero que se adapta a qualquer ambiente.
Coiote é da mesma família dos cãezinhos domésticos. Consegue se alimentar de acordo com o local em que vive. O senador, conhecido pelo slogan 100% popular, já comeu, e bem, na extinta Frente Popular com Jorge, Tião e cia quando era deputado estadual; foi da base de Lula quando deputado federal e virou dilmista no mandato de senador até o dia em que viu o barco petista à deriva e no Senado, em 2015, fez parte da fila dos 61 senadores que votaram pelo impeachment da então presidente.
No Acre, Petecão dividiu o grupo de partidos da chamada antiga oposição ao ex-todo-poderoso PT ao lançar, em 2012, na disputa eleitoral pela prefeitura de Rio Branco, seu amigo, o ex-deputado federal petista Fernando Melo pelo MDB contra o na época tucano Bocalom, esse por quem o senador jura amores agora, e Marcus Alexandre, do PT, que fora eleito prefeito naquele ano.
Os esquisitos arranjos do senador que se adapta a todo e qualquer ambiente ainda vão dar muitas manchetes. Ano passado, Petecão começou a aparecer para fotos ao lado da prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, sobre quem dizia ter grande admiração e não descartava atrair partidos para uma eventual aliança com ela com objetivos eleitorais. Ele apostava em Marfisa Galvão, sua esposa, como a vice de Socorro.
À medida que se unia à prefeita, Petecão cutucava o governo Gladson, em especial o setor de segurança. Mas eis que, de repente, o senador mudou de opinião: Bocalom virou seu candidato. Aliás, Petecão não mudou de opinião. Ele é apenas adaptável.