Lockdown, cuja tradução é confinamento ou bloqueio total, proíbe qualquer pessoa de circular na rua e até de pôr os pés na calçada, impede o ir e vir de veículos por imposição do Estado. Portanto, o que há atualmente no Acre são regras restritivas, questionáveis para alguns, necessárias na opinião de outros, não lockdown.
Sobre o lockdown? Eu já dei minha opinião outras vezes no início da pandemia. Sou completamente contra. Não vou ao encontro do insensível debate economia versus vida.
Antes de pensar em trancar todo mundo dentro de casa é urgente pisar no chão da realidade. O Brasil não é uma Dinamarca, Noruega ou Finlândia, países da social democracia cujas realidades são completamente distintas, territórios e populações bem menores que um país de tamanho continental com mais de 200 milhões de habitantes com enormes desigualdades, miséria cada vez mais crescente, o mínimo de saneamento e habitação. O Estado de bem-estar social nos países nórdicos assegurou e garante aos cidadãos a manutenção de direitos em meio a bloqueios e imposições do Estado.
Confinamento para quem tem uma bela casa com internet, Netflix, piscina, churrasqueira e até um bom espaço para jogos e lazer é um convite para boas férias em família, diferentemente da realidade de uma mãe que mora com seus oito filhos em um casebre da periferia de Rio Branco em bairros como Taquari e Caladinho.
Não se trata de reflexões sobre a falência do comércio, do mercado, da economia, mas sim de uma consciência viva e real de que o país não tem a menor condição de promover um bloqueio total.
As medidas restritivas amplamente divulgadas a partir de orientações de especialistas e a vacina são a salvação possíveis.