Bocalom comemora, obviamente, a não abertura do processo de impeachment. Mas a vitória foi sobretudo da coerência. Os 14 vereadores que rejeitaram o impedimento não votaram no prefeito de Rio Branco, mas contra a falta de fundamentação e base jurídica, conforme entenderam.
A não admissibilidade não livra o prefeito das sucessivas críticas e serve como um alerta, dos mais sérios, sobre a condução da gestão.
O prefeito vai continuar sem base. E eventuais favores a alguns dos parlamentares não deve mudar muita coisa na relação com a Câmara. A imagem de irredutível na cabeça dos "desmamados" está cravada.
A possível negociação envolvendo um cargo comissionado aqui, outro terceirizado ali deve desgastar ainda mais a imagem do prefeito.
Tião Bocalom e seus seguidores têm todo direito de comemorar, mas a razão põe os 14 a 2 ao lado do equilíbrio e dos pesos e contrapesos da democracia.
Venceu a coerência, não o prefeito. O sagramento continua.