O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, teria enviado emissários da prefeitura à casa de vereadores na tentativa de interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Rio Branco. O grupo ligado ao vereador Raimundo Neném (PSB), candidato declarado à Presidente da Casa do Povo, alega que os assessores de Bocalom estão atrapalhando as negociações feitas internamente no parlamento, alegando auxílio para a abertura de novos espaços na gestão, e facilidade na liberação das emendas parlamentares indicadas pelos vereadores.
Um dos vereadores, que pede para ter o nome preservado por integrar a base do prefeito, confirma a versão: “O Valtim me ligou e depois o Helder veio atrás de mim em nome do prefeito, para não deixar eu votar no Neném. Um absurdo, por conta de que o Fábio Araújo meio que integra a base, mas faz muitas críticas e foi alvo da polícia. Alegaram que a prefeitura é investigada em várias esferas por conta das denúncias do Fábio, inclusive contratos de terceirizadas de fora do Acre, ligada a apoiadores do prefeito”, alega o parlamentar.
Valtim José é o chefe da Casa Civil, e Helder Paiva, o assessor de Articulação Institucional. Ambos estão empenhados em ajudar o vereador Samir Bestene (PP), que estava no grupo de Neném, mas resolveu se lançar candidato a presidente, apesar de negar que queria o cargo. Bestene perdeu a eleição para deputado federal em outubro, e é filho do também derrotado José Bestene (PP), deputado estadual que não conseguiu se reeleger.
Outro parlamentar ouvido na manhã desta quinta-feira, dia 01, conta uma versão semelhante, mas diz que o objetivo era emplacar o nome de Samir. “Eu votaria no Castro, mas ele não sendo candidato mais, apoiando o Samir, devo apoiar o Neném ou a Lene, uma vez que o voto é individual, nominal. Infelizmente as interferências acontecem, e isso é muito ruim, porque o prefeito não cuida nem da prefeitura, imagina querer mandar na câmara”, crítica.
A data da eleição na Casa do Povo foi estipulada após um acordo entre os vereadores. Segundo o Blog do JR apurou, os cargos comissionados e funções gratificadas que existem na Câmara estão sendo negociados e distribuídos entre os vereadores que aceitam apoiar Samir. Espaços assim são a moeda de troca para os votos aparecerem na sessão. Quem dá mais, leva!