Bom dia! Boa tarde! Boa note!
#EXCLUSIVO - Chique é receber ligação do governador na madrugada, pedindo para o blog levar um esclarecimento aos seus três leitores. Eu já estava babando no travesseiro há algumas horas quando o telefone tocou.
Era o governador Gladson Cameli. Ele nem esperou eu dizer alô e sapecou: “Não procede a informação do ‘fulano de tal’ que disse que os pagamentos de fornecedores são ordenados de fora do governo”.
Na mesma hora os meus ‘tico e teco’ despertaram para a esperteza do chefe do executivo que queria que eu entregasse a fonte.
_ Fique à vontade para apresentar sua versão aos meus três leitores, governador.
“Ray, eu sou o governador. Todas as contas passam por mim. Não há interferência externa de quem quer que seja e nem privilégio para fornecedor A ou B”, disse Cameli.
Aproveitei o embalo e o questionei sobre o sumiço de medicamentos em hospitais públicos.
_ Falando dos problemas da administração governador, como está esta questão do roubo de medicamentos nos hospitais do Estado?
“O problemas é mais complexo e mais antigo do que as pessoas possam imaginar. Tenho total confiança no secretário Alysson à frente da Sesacre, mas há vícios antigos que precisam ser combatidos na pasta”, destaca o governador.
O chefe do executivo ressalta que todas as denúncias que chegam a ele, estão sendo repassadas para a polícia e aos órgãos de controle.
“Estou pedindo investigação de tudo. Toda denúncia será apurada pela polícia. É hora de acabar com essa festa que acontecia com os recursos na Saúde”.
Muitas irregularidades aconteciam com a conivência de servidores que ocupam diversas funções na estrutura da Saúde, observa Cameli.
“Antes o fornecedor entregava o remédio de manhã e ia buscar à tarde e recebia pagamento pelos produtos. Essa é apenas uma revelação do início das investigações”, enfatiza.
Gladson assegura que não vai terminar o governo carregando a culpa de terceiros por atos de corrupção e desvio de recursos públicos.
“Eu não vou passar a mão na cabeça de ninguém. Seja secretário, cargo comissionado ou servidor do quadro efetivo. Errou vai pagar, vai ser exonerado e responder por seus atos na Justiça”.
A máfia das licitações
Cameli voltou a afirmar que há uma máfia na área de saúde que mata mais que a falta de medicamentos e atendimento nas unidades de saúde do Acre.
“A ambição de alguns empresários é grande. Eles não pensam no paciente de câncer. Eles querem é vender os remédios mais caros para o governo”.
Segundo o governador, as licitações de medicamentos dão desertas porque há um conluio entre fornecedores que ganham mais na contratação direta.
“A licitação para compra de grande parte medicamentos para câncer não apareceu nenhum interessado. Isso não é normal”.
Comando das ações
Gladson Cameli falou ainda que está chamando a responsabilidade de todas as pastas para ele. Um exemplo é o que vem acontecendo na Segurança Pública que vem conseguindo reduzir gradativamente a violência no Estado.
“Ouço todas as críticas, mas dou preferência para as construtivas. Se for preciso trocar secretário e diretores eu farei quantas vezes for necessário. A população espera respostas e quem não contribui vai ser substituído”.
Para Cameli, a segurança poderá se tornar um exemplo. “Puxei a responsabilidade pra mim. Ainda temos problemas? Claro, não podemos fazer milagres, mas estamos evoluindo. As polícias estão trabalhando muito e dando a resposta que a população esperava”.
Conselho
O conselho político nomeado nos últimos dias também foi assunto da longa ligação do governador.
“Posso lembrar a quem critica essa decisão que nos governos anteriores existiam os assessores especiais. Na prática tinham as mesmas funções dos conselheiros e ganhavam salários maiores. Essas pessoas não tomam decisões administrativas”.
Contratos públicos
Muitos contratos firmados por secretários estão passando por uma criteriosa análise do governador. Alguns já foram cancelados antes mesmo do início da execução. “Eu não vou tolerar atitudes suspeitas de secretários. Não tentem me ludibriar para favorecer amigos. Cancelei a vou cancelar contratos quando eu achar que há algum tipo de irregularidade”.
O fim da ligação
“Vamos parar por aqui, porque eu liguei para tentar saber qual era sua fonte. Você me levou na conversa e me fez falar assuntos que estavam sendo tratados apenas no âmbito da administração estadual. Vamos dormir que amanhã será um dia para eu matar mais um leão, e você tem que continuar atualizando seus três leitores. Queira bem ao seu governador”, finalizou Gladson Cameli, o governador do agronegócio sustentável.