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Os deputados estaduais deixaram claro que carona é algo bem perigoso, mesmo quando o debate acontece no escuro. A boa da vez, da oposição, nos trabalhos legislativos que contou com apagões de energia elétrica reiterados no prédio da Casa do Povo e com a possibilidade de instauração até mesmo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), para investigar supostas traquinagens praticadas pelo gestor da pasta da Educação, é que os deputados resolveram deixar para a próxima semana a análise do decreto legislativo de autoria do deputado Eduardo Ribeiro (PSD), sugerido pelo deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), deputado que apaga fogo com gasolina, para que seja sustado os efeitos do contrato de R$ 24 milhões com uma empresa do Maranhão para a reforma de escolas no Acre. Abre o olho Aberson!
O assunto, que envolve alguns milhões que seriam repassados para uma empresa que não é da terra, foi o tema central do debate de deputados tanto de oposição, como foi o caso do comunista Edvaldo Magalhães, (que sozinho vem pautando os debates na Casa). Foi ele que trouxe a discussão para o plenário. A líder do governo, por exemplo, rechaçou a modalidade "carona" em atas de outros estados e reforçou que esta não é uma determinação do governador Gladson Cameli (PP). O debate aconteceu após um evento que foi marcado pelo xoxorô de empresários da construção civil que reclamavam que estão vendendo o almoço para comprar a janta.
A líder do governo Michelle Melo vem se esforçando para responder a cada uma denúncia apresentada contra gestores do governo do Acre. Ela garante que Gladson nada tem a ver com a "carona" que o secretário Aberson vem tentando pegar em um veículo com placas do Maranhão. “Eu quero falar de algo expressamente alinhado com o governador Gladson Cameli que nós conversamos eu e ele, debatemos. Ele deixou expresso que ele não quer que o Estado funcione através de carona. Jamais poderia ter sentado com o governador e não expressar aqui a verdade. Eu acredito na sua proposta deputado Eduardo para que isso não se repita”, disse Melo.
Com um balde de gasolina pronto para jogar na faísca levantada por Eduardo Ribeiro, Edvaldo Magalhães, em à parte ao discurso de Ribeiro, sugeriu ao colega que apresentasse um projeto de decreto legislativo para sustar de imediato os efeitos do contrato, permitindo assim a abertura de uma nova licitação. Ele deixou no ar que uma CPI poderia ser proposta. “Isso aqui é suficiente para abrir uma CPI. Não estou propondo não, só estou dizendo. Se esta casa levantasse apenas um pouquinho a espinha dorsal, ela pelo menos investigava, sem condenar ninguém por antecipação, mas ela investigava”. Quem assinaria o requerimento desta CPI?
Já o deputado Eduardo Ribeiro (PSD) disse que o projeto de decreto legislativo visa “resguardar o erário público”. "É preciso que este parlamento faça uma indicação para cancelar essa carona. Não há fundamento algum que justifique uma carona dessa, nem jurídico, nem político e nem administrativo”. Apagão total da base neste momento. Ufa, finalmente a sessão foi definitivamente encerrada após articuladores do governo esvaziarem o quórum ao ligarem para deputados, no mesmo estilo da velha FPA, ordenando a base que abandonasse a sessão. Várias matérias de interesse do governo não foram votadas nesta quarta-feira. Tudo ficou para semana que vem.
Muitas dúvidas ficaram no ar. Há deputados que receberam apoio de empreiteiros locais. Há outros que até têm ligação com algumas empresas e que podem fazer uma rebelião. A expectativa da maioria é que o governo cancele a adesão à ata do governo do Maranhão no Diário Oficial do Estado, edição de amanhã, 24. Dessa forma, evitaria uma derrota em plenário, com votos até da sua liderança que não gostou nadica de nada de ter que defender o governo diante de um ato praticado por um gestor de uma das pastas que mais movimenta recursos na administração estadual. O bicho vai pegar. Abre o olho Aberson.