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O projeto de reforma administrativa nem deu entrada na Assembleia Legislativa e já causou um grande alvoroço na base de governo. Os deputados estaduais precisaram de muita água com açúcar e calmante quando tiveram acesso a uma prévia do projeto do governo Gladson Cameli. Um parlamentar do bloco de oposição disse que se o deputado Neném Almeida costuma chorar por um afago do governador, desta vez ele pode começar a abrir o berreiro com o tamanho dos cortes nos cargos comissionados.
Os parlamentares tiveram que adiar o recesso parlamentar por mais um dia na esperança de convencer o governador do que eles classificam como “suicídio político do governo e da própria base”. A quarta-feira inteira foi de debates, idas e vindas e muita correria nos corredores da Assembleia, porém a reforma abriu uma tensão entre a base de sustentação e o Palácio Rio Branco. Os parlamentares discordam dos cortes propostos pelo governo que por sua vez sofre pressão do Tribunal de Contas.
O governo trabalha com a possibilidade de corte de 200 cargos comissionados, mas esse número pode ser bem maior. Gehlen Diniz que teve acesso à peça e as planilhas, aponta que esse corte pode atingir 600 comissionados. A crise foi gerada. Os deputados afirmam que isso pode se caracterizar como “suicídio político do governo e da própria base”, caso concretize o que está sendo proposto, mas o governo precisa reduzir os gastos com pessoal e se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os governistas trabalham para aparar as arestas e colocar em pauta a matéria na quinta-feira pela manhã. Como adiantou o Notícias da Hora essa semana, a ideia do governo é melhorar as gratificações dos servidores efetivos e selecionar 30%, por meio de análise de currículo, os ocupantes dos cargos em comissão. A base por sua vez teme as demissões de seus indicados e o prejuízo político para tentar a reeleição em 2022. A noite de quarta-feira vai ser longa. Haja água com açúcar e calmante.