Bom dia! Boa tarde! Boa noite!
Pelo bom gosto da leitura, eu aposto que meus três leitores gostam de um filme com uma boa trama. Acredito que já assistiram à película ‘O Curioso caso de Benjamin Button’, de David Fincher, vencedor de 3 Óscares. É sobre a história de Benjamin Button, um homem que nasceu velho e enrugado, mas vai ficando mais jovem com o passar dos anos. Pensem num caso mais que curioso, mas o que a obra fictícia tem a ver com o título do blog que cita uma obra supersaturada e uma investigação?
O filme, digo, a obra em questão, é a pavimentação de 10 quilômetros no entorno do Anel Viário, no Alto Acre. Inicialmente, a licitação contemplou duas empresas, uma local e uma de Goiânia. O valor era de R$ 39 milhões. A investigação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) teria detectado R$ 5,2 milhões em superfaturamento durante os trabalhos no âmbito da Operação Ptolomeu. Aliás, essa investigação renderia um bom roteiro para um filme hollywoodiano.
Ou seja, com roubo (atestado por PF e CGU) a obra seria executada pelo valor de R$ 39,5 milhões – R$ 5,2 milhões = R$ 34,3 milhões. O curioso caso é que, para concluir o que já teria sido iniciado, o valor foi acrescido em quase R$ 40 milhões. Ué, onde estava o superfaturamento? Ao contrário de Benjamin Button, que nasceu velho, a obra nasceu com preço menor e foi catapultada um valor de quase o dobro no decorrer das investigações sobre o superfaturamento atestado.
Após a investigação, indiciamento dos acusados de corrupção e aplicação de cautelares diversas, as empresas foram desclassificadas com as obras em andamento e uma nova licitação foi publicada pelo DNIT. Na planilha de reajuste, o valor corrigido pelo contrato atual seria de R$ 39,5 milhões para concluir. Detalhe é que, na primeira licitação, a CGU aprovou orçamento, mas após aberto o inquérito, encontrou o superfaturamento de R$ 5,2 milhões, corrigindo o roteiro com o filme em andamento.
Inicialmente, a obra iria sair por R$ 4,3 milhões o quilômetro de pavimentação. Com a nova licitação, o custo foi elevado a R$ 7,5 milhões. Outro detalhe, o órgão de controle externo que tem poder de paralisação ou não dessa obra, o Tribunal de Contas da União (TCU), deixou bem claro que não houve superfaturamento e simplesmente a PF e o CGU ignoraram o parecer, referenciando apenas em problemas ambientais.
Como dizem os acreanos: parece até enterrarem uma cabeça de burro no local da obra do Anel Viário. A nova licitação para conclusão do acesso no entorno foi aberta novamente pelo DNIT, mas a empresa vencedora foi desclassificada. E até o momento ninguém sabe se a empresa que ficou em segundo lugar já enviou documentação para análise e possível continuação da obra. Enfim, o curioso filme vive dias de novela.
Pela documentação disponibilizada nos portais, a licitação é a mesma. Portanto, caso alguma correção tenha sido realizada durante o desenrolar do processo licitatório, acrescentando novos itens, agradeço e solícito que seja envida pela que o blog faça a devida correção e sempre leve a verdade aos seus três leitores que adoram boas tramas e filmes policiais com pitadas de dramalhões mexicanos.