As federações criadas este ano e que serão registradas no Supremo Tribunal Eleitoral até o final da tarde de hoje (15) começam a enfrentar resistência e podem representar “casamento de fachada” diante de tantas misturas estranhas e estapafúrdias.
Como entender, por exemplo, o fato de o senador Marcio Bittar (UB) ser candidato ao governo por uma federação e a esposa, Marcia (PL), candidata ao senado aliada ao MDB? Bittar vai pedir votos para Alan Rick (UB) ou para Márcia (PL), a ex-esposa? A agenda de Bittar e Márcia instantes após as convenções com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília é a melhor resposta.
Esse não é um dos nós na cabeça do eleitor esse ano.
O “divórcio” entre Jorge Viana (PT) e Jenilson Leite (PSB) chama atenção pelo o que o PSB representava na federação do PT, PCdoB e PV. No futebol, essa é chamada disputa de seis pontos na briga pela parte de cima da tabela.
Fora das federações também assistimos a capítulos inéditos.
Essa semana, Jorge Viana aceitou o convite para participar do programa o X da Questão, exibido na TV Rio Branco, apresentado por seu histórico algoz, o ex-vereador José Aleksandro. Maquiavelismo puro! O petista receitou o “abraço aos inimigos” para curar o que ele classifica como “raiva que o povo tem do PT”. Cômico. Justamente Jorge Viana que tem Maquiavel como livro de cabeceira. Vivi para assistir essa cena. A regra não era: “aos amigos favores, aos inimigos a lei?”
O que fica muito claro é que os partidos e a fidelidade que deveria existir aos seus programas de nada valem para os velhos “caciques”, e sim, tentar ganhar de qualquer maneira, não importando a companhia, ignorando a retórica. Com raríssimas exceções, o estatuto partidário está na lata do lixo. Como classificar o amor de “oh Boca no” ao azulão? O progressista que jurou amor a Mailza Gomes e a Sérgio Petecão (PSD) manifestou apoio a Marcia (PL) que está no palanque do MDB concorrendo ao senado.
Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, nestas eleições, o eleitor acreano vai ter que adotar também o lado psicanalista. Somente o divã para resolver tanta crise envolvendo siglas de partidos e suas principais lideranças fadadas ao total descrédito. Esqueceram de combinar toda essa vulnerabilidade com os filiados, os cargos comissionados, os simpatizantes. Afastaram dos partidos o verdadeiro debate em prol do desenvolvimento do Estado.
É preciso uma dose de bom humor para entender tanta “infidelidade”.
E diante dessa lambança com farta “geleia real” fica a pergunta: quem vai se arriscar a pedir fidelidade nessas eleições?
Vou concluir citando uma frase sempre dita pelo governador Gladson Cameli:
_ A seguir cenas dos próximos capítulos...
Vou tomar o cafezinho da Conceição e volto!
Jairo Carioca é jornalista, assessor de imprensa, âncora do programa Cidadania, exibido pela Rede Aldeia de Rádios FM.