- Dia 9 de maio de 2024, durante evento das cheias no Rio Grande do Sul o presidente Lula disse que “máquina de lavar é coisa importante para as mulheres”;
- 08 de janeiro de 2025, durante discurso em defesa da democracia Lula disse que homens “são mais apaixonados pelas amantes do que pelas mulheres”;
- 12 de março de 2025, mês da mulher. Lula disse que escolheu uma “mulher bonita” para aproximar o governo do Congresso, referindo-se a ministra Gleisi Hoffmann, de Relações Institucionais.
Misoginia não é exclusividade de um espectro político, as sucessivas declarações de improviso do presidente Lula provam isso. “Tá na hora de fechar a porteira”, “a mãe de cinco filhos do minha casa, minha vida”. Não dá mais pra culpar o improviso, a soma desses atos falhos aponta para algo sistêmico que acaba se transformando em comunicação oficial, pois saem da boca do presidente da república.
Os vexames protagonizados por Lula podem até não serem admitidos como uma pecha machista, afinal, as políticas públicas dos seus governos I, II e III são voltadas para valorização das mulheres. Cito, como exemplo, a Lei Maria da Penha criada no Lula II. Tais fatos, no entanto, nos levam a concordar que, devido a sua idade (quase 80 anos), o presidente parece que perdeu o freio.
O ex-presidente José Sarney ao analisar semana passada a decisão de Lula sair ou não à reeleição afirmou que “é melhor sair [da política] muito bem, do que já velho. Essa foi uma decisão pessoal de Sarney que é mais velho do que Lula.
Não há comunicação social que dê jeito.
O cidadão Lula não tem ouvido sequer sua esposa Janja, que fez cara feia em todos as “gracinhas” ditas pelo marido em eventos oficiais com discurso considerado machista.
Em luta para recuperar a popularidade o presidente perde índices de aceitação no segmento feminino que é o maior percentual de eleitores do país. Desconexão com a realidade?
O mais grave é que o número um do país [Lula] parece inspirar o comportamento aos seus subalternos. A ex-ministra da saúde Nisia Trindade diz ter sofrido durante 25 meses “uma campanha sistemática e misógina”.
Convenhamos, isso aqui é prato cheio para o cafezinho da extrema direita, porém, não é psicologia analítica de botequim.
Lula é veterano o suficiente para saber sua responsabilidade social.
Jairo Carioca é jornalista, assessor de imprensa e escritor. Colabora semanalmente com o NH.