Estar na frente em uma pesquisa de intenções de votos é mérito pessoal de qualquer candidato. Marcus Alexandre optou por se afastar – e não sair ideologicamente – do PT, traçando uma estratégia que até aqui deu certa.
Méritos dele?
Em parte sim, militou em uma escola que tem Jorge Viana como professor e conselheiro, vem trilhando o caciquismo de Flaviano Melo, navegando até aqui em seu de brigadeiro. E, diga-se de passagem, é disciplinado.
Porém, sua dianteira nas intenções de votos tem muito mais dividendos dos seus adversários políticos. O resultado cabe em grande medida aos equívocos da oposição, que deu instrumentos valiosos aos seus adversários.
Mas, o que essa prosa tem a ver com o papel de Alysson Bestene nas eleições deste ano?
A situação (leia-se Palácio Rio Branco e a Gestão Bocalom) se apresentou politicamente mais como ‘oposição’ tornando-se concorrente de si própria. O prato que está servido tem tempero dessa crise comportamental vivida por nossas principais lideranças políticas. DR mesmo, literalmente falando.
E qual será o cardápio do prato extra?
O coordenador desse processo político, secretário Aberson Carvalho vai precisar de bons especialistas para lhe ajudar a preparar o cardápio extra que servirá nas eleições.
Primeiro, capaz de desidratar todo o processo de rusgas provocados entre os feudos do próprio partido, que se tornou em uma enorme pizza.
A tarefa não é das mais fáceis.
O estado atingiu limite prudencial de contratação de pessoal, o município deve estar beirando essa responsabilidade fiscal. O governador Gladson Cameli de maneira responsável já deixou claro que a máquina pública não será investida neste processo. O prefeito Bocalom não vai sujar seu CPF em troca de votos.
Um bom ‘nutricionista político’ deve indicar muito diálogo como ingrediente a essa receita rumo a reeleição da direita para o município de Rio Branco, capital onde vivem 413 mil pessoas.
É do PP e dos partidos aliados do Palácio Rio Branco – e não de Alysson Bestene – que se espera a energia que falta para turbinar a pré-candidatura do prefeito Tião Bocalom que atingiu, de acordo os dados apresentados, seu limite de popularidade.
Ninguém vota no vice
Alguns colunistas políticos pecam em cobrar do Alysson essa fatura de votos capaz de virar a mesa praticamente quinze dias depois do bloco da direita fumar o cachimbo da paz. Parece que querem torná-lo uma espécie de ‘osso’ dado constantemente à oposição.
Há muito não tomo um cafezinho quente com o Alysson. O último que marcamos ficou na ‘boa intenção’. Mas, arrisco dizer que seu papel nessas eleições é essencial. Engana-se quem pensar que ele tenha saído politicamente menor nesse processo.
Com o apoio do governador Gladson Cameli, a tarefa de coalização urge
É deixar o cargo, calçar sandálias havaianas, vestir a faixa de ‘capitão’ comer um quibe na Baixada, buscar o alinhamento das forças políticas da direita em busca de uniformidade, na construção de um grande exército que se transforme em um único time nas ruas.
Experiência ele tem de sobra
Foi vereador, conhece bem o poder legislativo municipal, atuou como secretário de governo, conhece todas as nuances das bases partidárias que apoiam a gestão de Cameli. Tem a confiança do prefeito Tião Bocalom.
Alysson pode cumprir um papel fundamental na pavimentação desse projeto político visando vitória nas eleições deste ano, com extensão desse campo para 2026. E certamente, foi escalado com esse objetivo.
Como diz o narrador de futebol, Cleber Machado: “é preciso criar uma atmosfera favorável”. O desafio está posto. O jogo político é bruto, não se trabalha com amadorismo.
Jairo Carioca é assessor de imprensa, escritor e jornalista. Colabora com o NH