Além de ser mundialmente conhecido como o país do carnaval e do futebol, o povo brasileiro tem a admiração do mundo por sermos uma nação acolhedora com facilidade da troca de calor humano e, sem dúvida, isso é um dos motivos de orgulho que podemos ter. Porém quero novamente convidar você, caro leitor, a juntos fazermos o exercício semanal de esvaziarmos nossa xícara de conhecimento e preconceitos, e olharmos os fatos por uma nova PESPERCTIVA.
Em outros artigos já abordei de forma bem repetitiva que os Governos Federal, Estaduais e Municipais têm que fazer diversas ações para o combate à pandemia que estamos enfrentando, que vão desde o isolamento social para ganhar tempo, ampliação de leitos de tratamento intensivo, testagem em massa e ações que tragam de fato efetividade ao combate da pandemia. Porém, o que vemos de concreto são apenas recomendações do tipo “fique em casa!”.
Apenas apelar ao bom senso das pessoas tem limite, afinal qual tamanho deve ser o sacrifício de quem está renunciando a seu trabalho, aos estudos de seus filhos e a tantas outras coisas nessa política de isolamento sem uma contrapartida real dos governos em investimentos na saúde?
Se entendermos que tudo tem uma sequência lógica, a fase do isolamento social seria a primeira fase de ações, vindo em seguida a segunda fase com um investimento agressivo dos governos na ampliação de leitos, respiradores e testagem em massa. Mas quero alertar para algo que está na terceira fase das ações de combate a pandemia do coronavírus, e que, para mim, será o maior desafio para nós brasileiros, pois como diz minha avó “O cachimbo é o que entorta a boca!”: a necessidade de rever nossos hábitos!
Precisamos com urgência iniciar a maior campanha de educação sanitária e conscientização humanitária para que nós possamos adotar em nosso cotidiano os hábitos necessários para inibir uma segunda onda de contaminação pelo vírus.
A sociedade sempre teve necessidades de controle do tempo para facilitar o seu planejamento e suas ações. As grandes sociedades antigas como os gregos e romanos sempre tiveram seus calendários próprios e não à toa que, através de um importante evento que marcou as gerações, hoje usamos por padrão mundial o calendário cristão como referência, tendo o nascimento de Jesus Cristo assumido esse papel de divisor de águas, onde literalmente a história se divide em anos antes de cristo - A.C e anos depois de cristo – D.C.
Nossa geração está vivenciando um evento – que guardadas as devidas proporções de cunho religioso e espiritual – ouso afirmar que o mundo moderno nunca mais será o mesmo. Que a sociedade como conhecíamos nunca mais existirá e que a vida voltar ao dito “normal” não acontecerá, pois após essa pandemia, que já está deixando marcas profundas em todas as nações, toda humanidade irá se portar de uma nova maneira, que evidenciará a era “antes do Covid – A.C” e “depois do Covid – D.C”.
Esses novos hábitos precisam ser ensinados. Precisamos redesenhar a vida em sociedade, rediscutir as formas de nos relacionar adotando algumas ações básicas mais essenciais para sucesso da nossa retomada não só econômica, mas social, de convivência relacional.
O uso obrigatório de máscaras, que deve ser visto não como fardo a ser cumprido ou como medida imposta pelos Governos, mas sim como uma das principais medidas de prevenção das pessoas com quem pretendo conviver no que vou chamar de vida D.C.
Os Estados e Municípios devem iniciar o quanto antes uma verdadeira campanha de conscientização em massa, alertando as famílias dos riscos de se manter os velhos hábitos, do que realmente é esse vírus e dos prejuízos que ele traz para o corpo dos que forem infectados, quais ações devem ser adotadas para prevenir sua infecção. Além disso, deve também orientar como agir em caso de contrair a doença e não se transformar em um vetor de propagação do vírus, e para isso a “vacina” é a informação – a correta! – e a consciência de cada um de nós em fazermos a nossa parte.
Não podemos perder essas medidas de vista, pois até que a ciência tenha criado e testado uma vacina para essa doença, a arma que nós civis podemos empunhar no combate a pandemia, é a informação e a adoção desses protocolos sanitários, hábitos de lavar as mãos, uso de álcool em gel, uso de máscaras e limpeza de todas as superfícies e objetos que entrarem em nossas residências.
Mesmo após a apresentação de uma cura para a COVID-19, o mundo D.C. temerá diariamente o surgimento de novas doenças e vírus que possam nos atingir de forma tão profunda como esse fez conosco.
Fica o apelo aos Governos Federal, Estaduais e Municipais: ajudem a reeducar nossa sociedade, do contrário vocês podem ter a certeza que o próprio povo irá aplicar um forte antidoto para se livrar dos parasitas do poder, que não entendem as reais necessidades sociais.