É tão difícil pensar o que pensa uma mulher, no entanto é possível suportar o peso de suas inclinações. Jane Austen sabia das coisas. Escritora do século XVIII, criou uma nova literatura em sua época. Toda pessoa que induz uma mudança deixa uma marca no tempo.
Ilustração Beatriz Bentes - @beatrzbentes
Personagens
Jane Austen nasceu na Inglaterra, Reino Unido da Grã Bretanha e deixou uma vasta obra sobre a alma de uma mulher. As personagens mais conhecidas são as jovens da família Dashowood: Elinor e Marianne. Viveram em Norland.
Em “Razão e Sensibilidade”, a mãe e a irmã mais nova, Margaret, quase não figuram em cena, a não ser para determinar certos limites na trama. A história começa com a morte do Sr. Dashowood e a perda da herança da família. Margaret Oliphant (1822-1897), crítica de literatura inglesa, afirmou que as personagens de Austen crescem ao longo da história, adquirindo poder e nobreza. Não obstante, penso que a autora não cria propriamente ricos personagens, mas pujantes sensações por contraste.
Imagem da internet
Leitura
Indaga-se ao começar uma leitura. Eu pergunto logo o que procuro no universo desconhecido de um livro. Um livro é um baú que guarda riquezas. A mente humana não tem limites quando se trata da imaginação e da fúria do instinto mais primitivo. Quem escreve tem dentro de si a doçura de um furacão. O livro é uma paisagem de dança mítica, a gente vê as cores vivas dessa paisagem nas colinas de Sussex e no soar das folhas secas do fim de outono, embora não me recorde se a autora traduz esse espectro.
As libertárias
As mulheres são libertárias. A literatura de Allende é fabulosa e instantânea. Ela é ousada; não, ela é atrevida. Sua arte é sempre um belo e trágico ocaso de carne e emoções. A leitura em Allende nos toca de corpo inteiro, como uma possessão. Ela tem um jeito fino de comer as palavras e quase não se afasta do centro da história, fica ali queimando a sola do pé da gente. Somente o Romance “Paula” me causa desgosto da vida. Allende é feminista política corajosa. Casa dos Espíritos, seu primeiro e premiado romance, é um manual sobre luta de classe. A gente morre e pronto.
A velha dos ossos
Outra mulher extraordinária é Clarice Pinkola Estés. Do sumo de seus 20 anos de prática junguiana, escreveu a bíblia da mulher moderna, relatando o instinto ancestral da fêmea em “Mulheres que correm com os lobos”.
Método
Não falarei sobre o livro em si, vou mostrar o jeito que inventei de indagá-lo. Cada livro é uma indagação única. É legal fixar os capítulos para não perder o sentido da história. Clarissa nos oferece a chave para a grande aventura sagrada, basta perguntar. Quem tiver interesse nos demais capítulos, me procure.
Círculo de mulheres ancestrais que frequentei em São Paulo em 2015 a convite da bruxona Madevi @ma_devi_murti