O mercado fitnnes é um dos que mais cresce no Brasil, e consequência disso, o número de academias de musculação também segue o mesmo sentido. Com a crise ocasionada pela Covid-19, em quase todos os estados do país o funcionamento das academias está suspenso por questões sanitárias.
No Acre, a exemplo disso, o governador Gladson Cameli prorrogou por mais 15 dias a suspensão do funcionamento de estabelecimentos comerciais que não ofertam produtos ou serviços essenciais ou de primeira necessidade, como o esportivo. E isso tem causado prejuízo grande a algumas empresas.
Um levantamento da Associação Comercial do Acre (Acisa) mostrou que 12,2% dos empresários entrevistados estão demitindo colaboradores. Outros 47,8%, ou seja, quase que a metade dos entrevistados, já adotou o regime de férias coletivas, para fechar as portas e reduzir gastos internos. Já outros 22% adotaram medidas de higienização para seguir funcionando.
Um empresário do setor de academias, por exemplo, revelou ao portal Notícias da Hora que já havia tido um prejuízo de R$ 150 mil com apenas 10 dias de fechamento. Isso porque, além de pagar os salários dos colaboradores, também teria de pagar a energia já utilizada e as faturas dos investimentos que foram feitos.
“É realmente uma situação muito delicada. A gente entende tudo isso, e sabe que abrir é um risco, mas não podemos também fingir que nada está acontecendo. Abri há poucas semanas uma nova unidade, e, de verdade, já não sei por quanto tempo mais consigo segurar as pontas”, desabafa.
A situação do empresário à do amigo dele, que já está no mercado há mais de uma década e garante que nunca se viveu uma crise tão profunda em tão poucos dias. O dono de uma das academias mais divulgadas do Acre, agora, teme perder o negócio para as dívidas que o amedrontam.
“A gente vem de uma dificuldade para manter a estrutura, mas não esperávamos dessa forma. Infelizmente, vou ter que vender a empresa, ou ficar fechado mesmo, voltar a abrir é complicado. Tive que dar férias coletivas, e agora talvez tenha que demitir mais de 30 pessoas e pagar esses direitos”, comenta.
REPROVADAS - Segundo o estudo da Associação Comercial do Acre, em relação às medidas estaduais, 48,9% dos empresários consideram que as propostas são ruins e precisam ser revistas pelo governador acreano. Já em relação ao município, o índice de empresários que fazem esse julgamento negativo é ainda maior e marca 50,6%.
Na linha que aponta o positivismo da atuação dos governantes diante da crise causada pela Covid-19 no comércio e na indústria, 10,1% dos empresários avaliam que as propostas são boas, mas que é preciso um pacote mais impactante para ajudar o mercado da capital acreana.
Já sobre as medidas do governo estadual, os empresários são ainda mais negativos. Um total de 10,9% dos empresários aponta que Cameli poderia ter apresentado um pacote de medidas mais impactante, contudo, analisam as ações como “boas”. Menos de 5%, em ambos os cenários, veem as ações como suficientes.
...