Há um ano e meio se dedicando integralmente ao parajiu-jitsu, o acreano Wendell Barbosa (29) mais uma vez é destaque internacional em uma competição em Londres. Na capital da Inglaterra neste domingo, 10, Wendell Barbosa se sagrou campeão em sua modalidade ao vencer o norteamericano Ronald Mann e recebeu medalha de ouro. Ele já havia vencido em luta anterior o inglês Nigel Davidson.
O paratleta retorna ao Brasil para treinar no Rio de Janeiro para um novo desafio nos Emirados Árabes Unidos, em abril, quando defende o bicampeonato Gran Slam Abu Dhabi vencido por ele ano passado.
Emocionado com mais uma conquista em tão pouco tempo de paratleta, Barbosa salientou sua luta para chegar até o posto de campeão.
"A nossa luta é diária. Somos guerreiros desde o ventre de nossas mães. Nascemos em meio a tantas adversidades que só a mão de Deus para nos proteger. Mas é esse mesmo Deus que me guia. É esse mesmo Deus que me livrou da morte e de uma iminente amputação. O mesmo Deus que me tirou da cadeira de rodas e me fez andar novamente. O que para muitos parecia incrível, para mim é milagre. Chegar até aqui e não ver um filme passando na minha mente é inevitável. Tantas decepções, obstáculos, falta de incentivos e até mesmo indisposição para treinar muitas das vezes. Em 2018 passei por uma montanha-russa de sentimentos. Tive decepções mas também tinha muitas alegrias", destacou.
Trajetória de persistência, gratidão e prêmio dedicado aos pais e à filha Ana Laura
Wendell Barbosa tem uma trajetória de persistência. Não à toa desde cedo, apesar da idade, sabe como sobreviver na área empresarial em um contexto com pouco incentivo, sobretudo do poder público. Ele é proprietário de uma ótica em Rio Branco. Divide o curto tempo disponível entre ser atleta e empresário.
Em abril de 2016, Wendell sofreu um acidente de moto. Mas três anos depois, ele mostra que superou a dor e faz da deficiência em uma de suas pernas um motivo para lutar, vencer, erguer troféus e pôr medalhas sobre o peito.
Hoje paratleta, o rapaz, que teria tudo para desabar em lamentos, encoraja as outras pessoas a perseguirem seus objetivo.
Ele faz questão de agradecer a Deus e dedicar o prêmio à filha Ana Laura e ao pai, seu Pedro (in memorian), que sempre o incentivou.
"Em dezembro nasceu a Ana Laura, minha pandinha. E é para ela que dedico essa medalha. A minha eterna motivação. Ao meu pai dedico mais essa medalha. Sei que lá de cima o senhor deve estar muito orgulhoso e feliz."