O servidor público aposentado Raimundo Alves Costa, de 68 anos, deu entrada nesta segunda-feira (20) no Pronto-socorro de Rio Branco com indicativo de um cardiologista para ser submetido a um cateterismo, mas até passar pelo procedimento teve que enfrentar a já conhecida falta de empatia e atendimento ruim na unidade, denuncia seu filho, o advogado Ismael Tavares.
Segundo o denunciante, a médica que atendeu seu pai descumpriu a recomendação do cardiologista, feriu o Estatuto do Idoso e cometeu maus-tratos.
"Ela ignorou a receita do médico que dizia o seguinte: 'No caso de dor tomar Isordil e ir buscar pronto-atendimento'".
O aposentado foi admitido, mas a médica disse que “não iria regular" por ele ser paciente crônico eletivo, "podendo aguardar muito bem o atendimento no ambulatório”, relata o advogado.
"Assim o fez e não regulou, mandando-o de volta ao ambulatório. Em seguida anotou no prontuário que ele estava devolvendo porque houve desacato. A médica Gabriele, também plantonista, ainda acrescentou que “lá não importava o Estatuto do Idoso, mas sim o que elas ditavam. Desta forma, meu pai de 68 anos foi devolvido ao ambulatório para aguardar a coleta de exames, mesmo sendo cardíaco e com sintomas de angina progressiva. Mesmo com todos os desatando-se, agora 18h, ele iniciou o cateterismo, após do Acolhimento notar o absurdo e acolhê-lo. Se trata de um absurdo com que os pacientes e funcionários do Pronto-socorro vêm passando há meses, inclusive existem denúncias na ouvidoria da Sesacre, no mesmo sentido do que vivenciamos hoje", continua Ismael Tavares ao fazer a denúncia ao Notícias da Hora.
Não bastasse tudo isso, a enfermeira não medicou o paciente conforme a prescrição. Ele ficou no setor por três horas e foi devolvido ao ambulatório sem medicação.
Ismael relata que a médica chegou a gritar em alto e bom tom: “mandem esses engomadinhos irem para a Unimed procurar atendimento particular.
O outro lado
A diretora-geral do Pronto-socorro de Rio Branco, Caroline Pinho, deu a versão da unidade. Ela disse que o paciente e seus familiares desacataram a equipe médica. Ela refuta a afirmação de descumprimento do Estatuto Idoso e acrescenta que o cardiologista de plantão avaliou os exames e disse que o cateterismo do paciente era eletivo.
"Infelizmente o denunciante não contou a parte que o cardiologista do plantão avaliou os exames e disse que o cateterismo do mesmo era eletivo. O paciente e os familiares desacataram toda a equipe médica e de enfermagem do setor de emergência. Sobre o Estatuto do Idoso, a família quis acompanhar o paciente na sala de emergência onde não é permitido que tenha acompanhante. Ninguém disse que o Estatuto do Idoso não interessa, o que foi esclarecido é que na sala de emergência ele não se aplica por ser um setor crítico.
O paciente apresentava exames normais no momento em que entrou no Pronto-socorro", diz a diretora da unidade.