A dona de casa Neri Terezinha, moradora do bairro Plácido de Castro, na Baixada da Sobral, fez um desabafo comovente na audiência pública requerida pelo vereador Eber Machado (MDB) na manhã desta sexta-feira, 11, no CRAS Sobral. Ela falou sobre as dificuldades enfrentadas diariamente por ela e seu filho, que é cadeirante e deficiente mental, em meio aos constantes alagamentos que atingem a região.
Com a voz embargada, Neri relatou o drama vivido durante as enxurradas do mês de fevereiro, quando a chuva transformou sua rua em um verdadeiro rio. Segundo ela, basta uma garoa para que o local fique tomado por água ou lama, dificultando completamente a locomoção de seu filho, que depende de seus cuidados e da cadeira de rodas para se mover.
"Quando não está cheio de água, está cheio de lama. Nós estamos andando de bota dentro de casa", desabafou. "É uma pouca vergonha, porque nós não podemos fazer nada, mas o poder público pode. Estou pedindo socorro, assim com as demais famílias que moram na Baixada”, comentou
O depoimento de Neri expôs uma realidade vivida por muitas famílias que moram em áreas de risco e alagamento em Rio Branco. “É como se estivéssemos isolados, esquecidos. Só aparecemos na hora da enchente, mas depois, ninguém mais lembra da gente”, desabafou a dona de casa.