Em reunião realizada na tarde desta sexta-feira, 5, na sede da Defensoria retorno Pública Estadual (DPE) em Rio Branco, parlamentares e autoridades do meio jurídico definiram que a articulação política entre os governos do Acre e do Amazonas é a melhor opção para resolver o conflito agrário no município de Lábrea, e que envolve famílias de Acrelândia.
No último sábado, 30, pistoleiros atacaram e mataram trabalhadores rurais dentro do seringal São Domingos, que fica no sul de Lábrea. Até o momento apenas uma morte foi confirmada, mas há o relato de que outras três teriam morrido. A maioria dos moradores é oriunda da cidade de Acrelândia, no Acre.
As famílias que foram vítimas da ação dos jagunços também estiveram na reunião e relataram um pouco dos momentos de terror que viveram no sábado. Além das mortes, há relatos de casas e veículos incendiados, tentativa de homicídio, cárcere privado, tortura e ameaças.
Em um impasse inicial por conta da dificuldade de acesso ao local, as polícias dos três estados (incluindo Rondônia), estavam poucas dispostas a assumir o caso. Essa semana, enfim, a polícia do Amazonas foi enviada para a área de conflito, bem como houve a abertura de inquérito.
A partir da reunião realizada nesta sexta pela DPE, os agricultores foram encaminhados também para a superintendência da Polícia Federal para prestar depoimento. Como a área em questão é da União, ainda há o debate de se federalizar as investigações.
Além dos crimes já citados, a região também é alvo da ação de grileiros e madeireiros que, certos da impunidade, praticam os mais diversos crimes ambientais na tríplice divisa, também chamada de “faroeste amazônico”.
Presentes a reunião, os deputados federais Alan Rick (DEM) e Perpétua Almeida (PCdoB) defenderam o envolvimento dos políticos do Amazonas no caso. Eles se comprometeram a se reunir com os parlamentares amazonenses em Brasília para tratar do imbróglio fundiário na divisa.
Outra medida é fazer com que o governador Gladson Cameli procure seu colega do Amazonas, Wilson Lima, para que uma solução conjunta seja tomada entre os dois govetnos.
Entre elas está um termo de cooperação que permita a atuação das respectivas polícias estaduais nos territórios dos dois estados sem que haja o questionamento legal das ações. Outro ponto debatido é para que forças policiais tenham presença permanente na região para coibir a ação de pistoleiros.