Maior problema é falta de diagnóstico e de profissionais de saúde e educação
Por indicação do deputado José Bestene (PP) a Aleac realiza nesta quinta-feira, 4, uma sessão em homenagem à Semana Mundial da Conscientização do Autismo. De acordo com estimativas da Associação Consciência Azul, que reúne familiares de pessoas com autismo no Acre, o Estado tem uma população estimada entre 9 e 10 mil pessoas com esta deficiência.
Bestene informou que tomou a iniciativa de realizar esta sessão porque durante o período em que esteve afastado da vida legislativa participou como padrinho do Colégio Dom Bosco, o principal centro de referência para o ensino e o tratamento de crianças portadora de autismo.
“Esta é uma causa que diz respeito a todos nós, pois a população autista vem crescendo muito e hoje em cada grupo de 60 pessoas, uma é autista, ou seja, o Acre possui cerca de 10 mil autistas”, explicou Bestene.
O parlamentar informou que o governador Gladson Cameli tem uma relação com o Dom Bosco desde quando era deputado federal. Na ocasião, Gladson destinou uma emenda para a construção de um grande centro para atender as crianças e esteve com a direção da escola nesta quinta-feira. “Por isso estou muito feliz com esta sessão solene”, comentou Bestene.
Sem diagnóstico
O presidente da Associação Família Azul, Abrahão Pupio, informou que o principal problema do autismo no Acre e no Brasil é que a maioria não tem diagnóstico e, por isso, fica sem acesso aos serviços de educação e saúde. “Sem diagnóstico não tem tratamento, pois os remédios são de uso controlado. E no serviço de saúde pública do Acre tem apenas três profissionais neuropediatras para atender uma fila de 900 crianças no Hospital das Clínicas”, comenta Abrahão.
De acordo com ele, esta falta de médico especializado é um absurdo, pois elimina a oportunidade de as crianças poderem chegar a um nível bem perto das crianças não autistas. Abrahão informou que o evento contou com a participação de alunos do Colégio de Aplicação, numa iniciativa humanitária, pois as escolas acreanas abrigam inúmeros alunos autistas em suas salas.
Escola em período integral
A diretora do Colégio Dom Bosco, o principal centro educacional para portadores de necessidades especiais, Ângela Maria Vittorazzi Tessinari, também participou da cerimônia. Ela informou que o Dom Bosco possui quase 700 alunos, entre os quais os autistas.
Ângela explicou que encaminhou uma indicação aos parlamentares solicitando a interferência do Legislativo junto ao Governo para a contratação de profissionais especializados como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. “Estes profissionais são imprescindíveis para os alunos do Dom Bosco e aliviariam as filas de atendimento do Hospital de Clínicas”, argumentou.
Além deste projeto para o futuro, a diretora adiantou que está aguardando a liberação de emendas parlamentares para a conclusão de uma piscina e uma quadra de esportes e estuda a possibilidade de implantar um programa de escola em período integral para alunos especiais.