O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Governo (Segov), promoveu na noite desta segunda-feira, 15, a palestra “O papel do líder: desafios e oportunidades com quem entende de vitória”, ministrada pelo ex-jogador e ídolo do futebol brasileiro, Zico. O evento, realizado no ginásio do Sesc Bosque, reuniu centenas de pessoas e lotou o espaço.
O governador Gladson Cameli destacou a importância da presença do craque no Acre. “Zico trouxe exemplos da vida no futebol para transmitir mensagens sobre liderança em diversas situações”, afirmou.
Zico compartilhou experiências marcantes da carreira e relacionou o esporte à formação de líderes. Para ele, um verdadeiro comandante precisa inspirar, assumir responsabilidades e saber ouvir.
“O líder é quem inspira, sabe ouvir, quem orienta, quem sabe comandar um grande time. Muitas vezes, a comissão é maior que o elenco, e comandar isso não é fácil. A responsabilidade não pode ser transferida, tem que ser assumida. Como técnico, jamais deixei de fazer isso”, destacou.
O ex-jogador relembrou ainda momentos de superação, como quando esteve prestes a ser descartado na fase juvenil do Flamengo. Incentivado pelos irmãos, decidiu persistir. “Eles eram minhas referências e tiveram razão. Graças a Deus e a eles, fiz uma história. A maior felicidade no futebol foi ter essa liderança em casa”, contou.
O “ Galinho de Quintino” também refletiu sobre a derrota do Brasil na Copa de 1982, diante da Itália, lembrada como uma das maiores seleções que não conquistaram o título mundial.
“Joguei 66 partidas oficiais pela seleção brasileira e a única que perdi foi essa. Não tenho nada a reclamar, só agradecer e tirar lições. Nossa derrota ajudou outras seleções a ganhar títulos. Às vezes, o fracasso inesperado molda a personalidade”, afirmou.
O ídolo do Flamengo ainda criticou a venda precoce de jovens atletas no futebol brasileiro, apontando que muitos talentos não chegam a se firmar em seus clubes de origem. Também destacou o espírito coletivo no esporte, relembrando a divisão de prêmios entre os jogadores do Flamengo após a conquista do Mundial de 1981.
“Ninguém ganha jogos ou campeonatos sozinho. Hoje só se fala dos jogadores individualmente, mas o time também importa”, frisou.