Comerciantes da área do terminal urbano, no Centro de Rio Branco, realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira, 16, contra a possível privatização dos espaços comerciais. O protesto reuniu camelôs, feirantes e trabalhadores do comércio popular e provocou congestionamento nas principais vias da região central da Capital acreana.
Durante o ato, os manifestantes bloquearam parcialmente o tráfego e exibiram cartazes pedindo diálogo com a Prefeitura. A principal reivindicação é a suspensão do processo de privatização, que, segundo os comerciantes, pode resultar em aumento de taxas e inviabilizar a permanência de pequenos trabalhadores no local.
O presidente do Sindicato dos Camelôs e Feirantes do Terminal, Jimy Juruna, criticou a proposta e citou experiências anteriores como exemplo dos prejuízos causados pela privatização.

“A privatização não é legal para ninguém. O Aquiry Shopping é um modelo disso. Antes, a gente pagava R$ 57, hoje a menor taxa é R$ 158 e pode chegar a R$ 800. Com as vendas baixas, fica impossível manter”, afirmou. Ele também destacou dificuldades enfrentadas pelos comerciantes em casos de atraso no pagamento e comparou a situação à privatização da energia elétrica no estado. “Prometeram que a conta ia baixar, mas só aumentou”, disse.
Juruna ressaltou ainda que a manifestação segue por tempo indeterminado até que representantes do poder público compareçam para dialogar diretamente com os trabalhadores.
“Queremos conversar com quem está aqui, com quem sente onde o sapato aperta. Se não houver diálogo, o movimento pode continuar nos próximos dias. O prefeito não pode sancionar essa lei”, alertou.

O protesto contou com o apoio de vereadores da oposição. Oséias Silva, que representou o vereador Eber Machado, classificou a medida como mais um exemplo da falta de diálogo da gestão municipal. “Essa possível privatização mostra uma gestão que não ouve a população. Os comerciantes já sofrem com a falta de estrutura e agora recebem essa notícia de forma inesperada”, afirmou.
Segundo Oséias, vereadores de oposição pretendem se mobilizar para tentar reverter a decisão após o recesso parlamentar. “O shopping popular é um exemplo que não deu certo, está sem movimento. Privatizar um mercado público vai penalizar ainda mais o feirante, principalmente aquele que vem do ramal para vender sua produção”, completou.
