José Marcos de Souza Mesquita (34), o Marcos Coveiro, chegou ao cemitério São João Batista, na rua Rio de Janeiro, em Rio Branco, para trabalhar neste sábado, 2 , Dia dos Finados, às 6h40, horário em que não havia quase ninguém no local. É um dia, para ele, de reflexão.
A maior parte da vida de Marcos Coveiro nos últimos oito anos, ele passou entre túmulos, cavando covas e sepultando pessoas. "Além de ser meu local de trabalho, um lugar de muita reflexão, medo eu não tenho, mas não gosto de brincar com as coisas de outro mundo", diz.
O famoso coveiro garante que já viu "coisas sinistras" no cemitério: "Vultos de pessoas correndo e luz em formato de bola de fogo".
"Já vi umas coisas sinistras dentro do cemitério São João Batista. Lembro como se fosse hoje. Vi uma luz detrás do túmulo no formato de uma bola de fogo. Não gosto de falar, porque as pessoas pensam que é brincadeira. Lembro até o horário, às 18h, no Dia de Finados. Acho que só pode ser dom, ver essas coisas.Já vi vultos de pessoas correndo."
Marcos vê o cemitério como um local de extrema paz e um ambiente de conversão e mudança das pessoas. Ele aproveita sempre o horário de expediente para refletir e quando fica triste costuma ir ao túmulo de seu pai-avô para recordar momentos felizes.
"Eu mudei muito depois que passei a trabalhar dentro do cemitério São João Batista, para mim local de paz. Quando estou triste vou no túmulo do meu pai-avô, lá fico lembrando dos momentos bons que vivemos. E sem tem um local que você reflete muito sobre a vida é no cemitério. Gosto de ler, conversar com as pessoas, às vezes eu fico imaginando até como vai ser meu enterro. Às vezes brinco com colegas que não quero que chore no meu sepultamento, quero que contem as histórias que eu falava para vocês aqui."