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Geral

Detentos do Francisco D’Oliveira Conde denunciam condições precárias e falta de diálogo com diretores

Uma nota assinada por familiares e reeducandos do Complexo Francisco D’Oliveira Conde (FOC) faz um raio-x do sistema prisional do Acre. No denominado “informativo”, os detentos relatam que a situação da comida servida a eles. Eles destacam que as marmitas, na maioria das vezes, chegam sem condições para ser servidas.

“Queremos humildemente que normalize nossas visitas como sempre foi. A comida do sistema por muitas vezes vem estragada, quando não é o feijão e a carne ou macarrão, dificilmente um dia que não venha algo estragado nas marmitas. Queremos que eles permitiam que nossos familiares tragam nossa alimentação normal como sempre trouxeram, vasos com comidas, biscoito, bolacha, sucos e nossas dietas receitadas pelo médico”, pontua a nota.

Em outro trecho, os reeducandos reclamam da retirada dos ventiladores e aparelhos de televisão das celas. Eles acrescentam que sem o uso de ventiladores, o local fica insuportável, isso porque além do calor excessivo, mosquitos tomam conta das celas deixando o ambiente sem condições de cumpre suas penas.

“Tiraram todas nossas coisas como: Ventiladores, televisão, roupas, lençóis, cobertor, copo, colher, material de limpeza, deixamos bem claro que essas coisas que eles tiraram não é o presídio que nos dar, e sim nossos familiares que com muita dificuldade mandam para nós, queremos nossas coisas de volta, pois elas não oferecem perigo algum para eles, muitos detentos adoecendo com diarreia, micose de pele por causa da quentura que é constante a noite, besouros, mosquitos invadem as celas, não deixam ninguém dormir, muitos presos doentes por terem sido ferrados por esses mosquitos, o que tínhamos para evitar esses mosquitos eram nossos ventiladores e cobertores, eles tiraram alegando que nós éramos um lixo”, destaca o relato de um cenário desolador.

Os detentos fazem um alerta: “o crime do Estado do Acre está unido travar a maior batalha já vista no sistema prisional em todo o estado, não é o que queremos, mais uma minoria de agentes mascarados sobre o comando de dois agentes que hoje no cargo de diretor estão formando essa guerra. Que Deus venha abençoar a todos nós, e que venha tocar no coração de cada um para que algo mais grave não venha acontecer”, destacam.

Ao pedirem tratamento humanitário para cumprir suas penas, eles clamam pela OAB/AC, Vara de Execuções Penais, e Comissão de Direitos Humanos para que intervenham. “Não é isso que queremos por esse motivo estamos deixando bem claro a todos os órgãos, direitos humanos, A.O.B, vara de execuções e sociedade em geral, somos presos pagando pelos nosso erros e não somos animais condenados a morte, temos raciocínio e lutaremos juntos até o nosso último suspiro de vida, não estamos exigindo nada e sim pedindo a compreensão dos órgãos componentes que cuidam desse tipo de situação”.

Por fim, os apenados acusam o diretor da FOC, Jack Rosberg, e o diretor-presidente, Lucas Bolzoni, de cometerem excessos no tratamento aos presidiários. “Pedimos ao senhor governador, vara de execuções penais, A.O.B, que humildemente veja nossa situação, e que não venha permitir que dois agentes hoje no cargo de diretores do IAPEN e JACK, venham colocar o crime contra o estado, não estamos ameaçando nem um cargo público e sim pedindo as autoridades governamentais que veja nossa situação hoje nos presídios do Estado do Acre, que são administrados por essa instituição chamada IAPEN. Deixamos bem claro que não formamos a guerra mas também não fugimos dela quando se fizer necessário”, finalizam.

O que diz o IAPEN

O presidente do IAPEN, Lucas Bolzoni, disse que as reivindicações estão sendo analisadas, mas com relação à liberação de cigarros para os detentos, a medida viola a lei federal que proíbe o uso do produto em locais fechados.

“A decisão é contrário à lei federal que proíbe uso de cigarros em ambientes fechados e com aglomeração de pessoas”, diz o diretor do Instituto.