Os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) encontraram problemas no fluxo de casos suspeitos de coronavírus dentro do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Na visita realizada na tarde desta segunda-feira (13), os sindicalistas verificaram um problema no fluxo de pacientes suspeitos de Covid-19 que os coloca em proximidade aos pacientes pediátricos e pacientes com queixas ortopédicas, oftalmológicas e cirúrgicas.
Os membros do Sindmed-AC ainda receberam queixas da falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), a falta de medicamentos, além de encontrar furos nas escalas de trabalho do Serviço de Emergência Clínica (SEC), agravando ainda mais a situação.
A situação ainda se agrava com a instalação da sala vermelha, área reservada para tratamento dos casos de Covid-19 que fica quase de frente à sala de trauma, espaço que recebe pessoas acidentadas.
“Os servidores expressaram preocupação pela proximidade entre as salas e a possibilidade de contato entre os próprios pacientes e servidores que circulam pelos corredores e área de espera. A falta de uma separação total dos casos de coronavírus está colocando em risco todos os trabalhadores e demais pacientes que buscam outros tratamentos, podendo ampliar a quantidade de pessoas infectadas”, alertou a primeira-secretária dos Sindmed-AC, Jacqueline Fecury.
O temor dos trabalhadores é a paralisação de todos os serviços em decorrência da contaminação coletiva de boa parte da área do prédio antigo do Huerb.
Os membros do Sindicato ainda verificaram que as mudanças estão sendo realizadas sem a troca das placas indicativas, o que poderá causar uma confusão para os acompanhantes de pacientes.
Os sindicalistas ainda encontraram possíveis problemas com a mudança do leito de internação pediátrica que passou a dividir o mesmo espaço dos adultos, sendo separado apenas por divisórias sem a vedação completa da ventilação de ar entre os setores, podendo colocar em risco as crianças que forem internadas no local.
“Nossos filiados reclamaram muito também da falta de máscaras, aventais, óculos e luvas para o atendimento, EPIs importantíssimos para o primeiro atendimento, principalmente quando existe a necessidade de intubação, quando aumenta o contato com secreções. Os trabalhadores estão sendo obrigados a comprar os próprios equipamentos temendo o contágio por Covid-19”, alertou o vice-presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici.
Todos os problemas farão parte de um relatório que solicitará a Secretaria de Estado de Saúde as melhorias reivindicadas, enviando, também, uma cópia ao Ministério Público Estadual (MPE) para que haja o acompanhamento do caso.