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Empresário de Rio Branco desabafa sobre problemas na saúde pública do Acre e relata perda da mãe

Empresário de Rio Branco desabafa sobre problemas na saúde pública do Acre e relata perda da mãe

O morador de Rio Branco, Rogério Castro, procurou a redação do Notícias da Hora para relatar sua indignação e tristeza diante da realidade enfrentada na saúde pública do Acre. Aos 44 anos, ele afirma que desde criança ouve promessas de melhorias, mas pouco mudou.

“Quando eu tinha 12 anos já escutava os políticos dizerem que iriam dar uma saúde de qualidade para o povo, uma educação melhor para as crianças e adolescentes. Hoje tenho 44 anos e pergunto: o que mudou? Nós vivemos em 2025 com a pior saúde e a pior educação pública”, desabafou.

O relato de Rogério ganha ainda mais força pela experiência pessoal dolorosa que enfrentou com a mãe, vítima das falhas no sistema. Ela foi internada com um problema cardíaco grave e permaneceu por mais de 20 dias em dois hospitais diferentes.

Segundo ele, a mãe passou uma semana em uma unidade hospitalar e 14 dias em outra, incluindo cinco dias na UTI. Após deixar a UTI, foi transferida para a enfermaria e acompanhada apenas por clínicos gerais. “O especialista só foi visitá-la porque eu implorei. Ela precisava de acompanhamento cardiológico, mas não teve”, contou.

A situação se agravou quando a paciente contraiu pneumonia. Rogério denuncia que, mesmo diante da gravidade, uma infectologista teria mantido o tratamento apenas com comprimidos, sem realizar o acesso central necessário. “Será que ela queria salvar ou queria matar? Não é possível uma médica tão conceituada agir dessa forma”, questionou.

Ele ainda relatou que a médica só aparecia para avaliar os pacientes no fim do dia. “Minha mãe passava o dia todo sofrendo com falta de ar e dores, e só à noite era vista. Quando conseguimos tomar providências, já era tarde demais”, lamentou.

Rogério destacou que não culpa os enfermeiros, que muitas vezes “fazem além do que podem”, mas aponta a falta de especialistas, de estrutura e de gestão como fatores determinantes no sofrimento de pacientes e famílias.

“Minha mãe passou dias em uma enfermaria quente, sem ar-condicionado funcionando. Só depois de quatro dias resolveram o problema. Que saúde é essa que prometem para o povo?”, criticou.

Ele também deixou um recado para os futuros médicos:
“Não façam medicina apenas pela estabilidade financeira. Amem salvar vidas, cumpram o juramento que fizeram. A estabilidade vem do sucesso, mas não deixem de cuidar das pessoas.”

Chamado aos políticos

No desabafo, Rogério questiona diretamente os governantes:
“Vocês políticos, mostrem que mandam dentro dos hospitais e das escolas. Visitem as enfermarias, vejam a realidade dos pacientes. O Estado não pode estar abandonado. O hospital em que estive estava com cheiro de mofo, sujo, sem administração. Isso está tirando vidas.”

Ao final, deixou uma reflexão:
“Você já viu algum político tratar a saúde dele ou da família aqui no nosso estado? Ou alguém da alta sociedade? Pense nisso. Eu perdi o grande amor da minha vida porque faltou cuidado e humanidade. Não deixem passar em branco. Quanto mais calamos, mais poder eles têm para fazer o que querem.”