Neste sábado, 29, às 17h, o Clube de Leitura Prateleira discute a obra acreana “Seringal”, do autor Miguel Jeronymo Ferrante, que retrata o regionalismo amazônico. O encontro acontece n'O Casarão, em Rio Branco.
O professor Henrique Silvestre, da Universidade Federal do Acre (Ufac), é o convidado especial para contribuir com as discussões sobre a obra. O professor foi o responsável pela organização da segunda edição e adaptação do romance para o teatro, o espetáculo "Do Outro Lado do Rio", montado com alunos do curso de Letras e dirigido por ele.
A obra, somada à "Terra Caída", de José Potyguara, inspirou a escritora Glória Perez, filha de Miguel Ferrante, a escrever a minissérie “Amazônia: de
Galvez a Chico Mendes”.
A obra
Em "Seringal", a floresta amazônica acreana é, ao mesmo tempo, realidade opressiva e alimento para os sonhos do protagonista Toinho, cuja trajetória acompanhamos desde a infância até o amadurecimento, culminando numa libertação final marcada pela violência.
Ambientado no Acre do início do século XX, o livro entrecruza diversas histórias de seringueiros, formando um mosaico no qual a luta contra a natureza é a moldura para uma disputa ainda mais sangrenta, de homens contra homens.
Toinho muitas vezes aparece em segundo plano, à espreita, testemunhando as personagens que transitam à sua frente e que são figuras emblemáticas da vida brasileira - o coronel autoritário, o médico que se transforma em político venal, o padre indignado com as injustiças do mundo, a jovem ultrajada e uma miríade de homens cujo desejo de emancipação social acaba se desfigurando em selvageria.